Editorial - Imunizar é a única chance
Difícil encontrar assunto de maior relevo para a comunidade, senão a importância de atualização da cobertura vacinal pois cada dose mantém poder de proteção por determinado período.
Não renovar as aplicações implica colocar-se sob novo risco, além de ameaçar as pessoas de convívio com contaminação, pois o Sars-cov-2 está muito longe de ser declarado vencido pelos cientistas, a quem cabe a última palavra.
Merece todo repúdio a teimosia de negacionistas, ainda em plena atividade, apesar da legislação vigente prevendo a punição aos conteúdos falsos (fake news) distribuídos irresponsavelmente pela internet.
Também vem sendo problema para as autoridades sanitárias o desvio do assunto da maior urgência para o país, trocando-se o tema da imunização por estapafúrdias propostas de perfil fascista, destacando o insistente apelo a armamento da população.
Desafiadas por cidadãos de baixa capacidade cognitiva ou alta inclinação para a torpeza de caráter, as estatísticas apontam que 6 de cada 10 mortos por Covid-19 entre aqueles faltosos aos postos de saúde quando convocados a oferecer os braços.
Os dados confiáveis soam como alerta a partir da plataforma da pandemia ligadas a duas das mais reputadas instituições de pesquisa e ensino, as universidades de São Paulo e a estadual paulista.
A partir da análise de entradas do prontuário eletrônico, foi possível monitorar mais da metade de internados nos hospitais públicos como portadores da infecção, ampliando o sinal de alerta, apesar dos recalcitrantes desconfiados do poder do conhecimento.
É preciso desiludir-se em relação a uma vitória definitiva sobre a pandemia, pois passados dois meses, o escudo contra o coronavírus vai ficando frágil, daí a necessidade de quantos chamados forem precisos para melhorar as chances de viver.
O declínio no número de casos e óbitos não poderia ser avaliado como tendência à extinção do mal, enquanto segue alta a quantidade de finados, equivalendo aproximadamente à queda diária de um avião de grande porte.