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Opinião
Editorial - O Brasil defende a democracia
Os atos realizados em pelo menos 50 municípios construíram gigantesca barricada para defender eleições livres
Cidadãos brasileiros de todos os 26 estados e do Distrito Federal fizeram valer o verso do mais belo dos hinos, “um filho teu não foge a luta”, e milhões deles estiveram nas ruas para fazer ecoar o brado por respeito à democracia, o melhor dos regimes políticos.
Os atos realizados com toda intensidade em pelo menos 50 municípios construíram gigantesca barricada para defender eleições livres dos delírios persecutórios daqueles mal-intencionados em atacar o voto eletrônico.
Teve início na leitura da carta escrita na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) a mobilização de alcance nacional, com força de notícia em principais jornais do exterior, dada a importância do Brasil para o mundo.
Impossível não lembrar do “Senhor Diretas”, como ficou eternizado o presidente da Assembleia Constituinte, na redemocratização de 1988, Ulysses Guimarães, desaparecido em misterioso acidente de helicóptero.
O “nojo à ditadura”, declarado pelo imortal parlamentar, segue doando sentido aos trabalhadores, como evidenciado nos locais onde graves e agudos corais de vozes irmanadas repudiaram articulações rasteiras.
Por contraste, restaria a tristeza aos últimos apoiadores de Jair Bolsonaro, se a eles fosse dado o acesso à percepção da vergonha por insistirem em mentiras rejeitadas até pelos Estados Unidos da América.
O gigantesco “Não!” a quem queira perturbar a nação contou 100 entidades da sociedade civil, unindo classes antagônicas, empresários e operários, integrando, em raríssima aliança, descendentes da casa-grande e da senzala.
Mais de 900 mil qualificadas assinaturas referendaram o conteúdo do documento de aversão a ameaças de ruptura da normalidade, rejeitando nova aventura cujo resultado seria o país na escória e na escuridão.
Sabendo-se da vocação legalista das Forças Armadas, sentinela de gloriosa tradição, o dia 11 de agosto de 2022 pode ser registrado por historiadores como data inesquecível ao representar o desejo geral em respeito à vontade de um povo heroico.
