Editorial - Obediência à razão
A educação dos desejos por obediência à razão, como estratégia para evitar perturbações e conflitos, seria a opção suficiente, mas há quem precise de ações corretivas externas, seguidas de inspeções dos protocolos sanitários, resultando na apreensão dos equipamentos de som e interdição de estabelecimentos comerciais.
O período de maior temor, iniciado em março de 2020, impôs à população evitar circular, com agravante de impedir as manifestações festivas coletivas, as quais constituem um traço forte do perfil de Salvador, tendo produzido o difícil resguardo um acúmulo da vontade de alegrar-se, represada por conta do necessário impedimento de habituais farras.
É compreensível a tendência do poder impetuoso da retomada, graças ao recuo dos números da pandemia, no entanto, não se pode curvar o raciocínio a esta inclinação pela pândega, pois a fiscalização do poder público detém o dever de agir, dentro de limites da legislação, a fim de baixar volumes e reduzir aglomerações, ainda fator de risco, por não ter sido extinta a infecção.
Somente no final de semana passado, as equipes de trabalho da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) fizeram 1.336 visitas em 59 bairros da cidade, com o objetivo de dispersar grupos animados e reprimir toda e qualquer laúza capaz de causar ameaça ao processo gradual de recuperação das atividades de lazer e entretenimento.
Proporcionalmente relacionada aos ajuntamentos, por atrair pessoas com o som alto, a poluição sonora vem sendo igualmente combatida da Barra a Itapuã, passando pela Pituba, além das ocorrências registradas ao longo do trajeto suburbano até a localidade de Paripe.
A continuidade de operações inibidoras deve alcançar a casa das mil notificações, desde o início de julho, quando foi deflagrada a fase de moderação, sem permitir-se perder o controle, apesar do avanço da imunização e consequente contenção do contágio por Sars-Cov-2, ocasionando o contexto atual, visando à volta segura aos hábitos da primeira capital.