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Editorial - Perseguição inaceitável

Publicado sábado, 08 de janeiro de 2022 às 00:01 h | Autor: Da Redação

A perseguição a quem pensa diferente faz parte do perfil de bandos contrários à civilização, em novo episódio de ataque ao Estado Democrático de Direito, a verificar no vazamento de dados de médicos defensores da imunização das crianças, contrariando estratégia de infanticídio, presente nas origens da era cristã, quando o Rei Herodes ordenou a morte de recém-nascidos, visando sem êxito, assassinar o Menino Jesus.

Ao tomar conhecimento do atentado ao patrimônio moral dos profissionais de saúde, a Associação Médica Brasileira veio a público adjetivar de “lamentável” a ação visando constranger especialistas dedicados à pesquisa de vacinas, em engenho terrorista típico de mentalidades nocivas cuja identificação urgente é dever da Polícia Federal. 

Os dados foram vazados em grupo de aplicativo whatsapp, conforme admitiu a deputada Bia Kicis, integrante da equipe alinhada a uma postura de teimosia em relação à ciência, resultando no atraso previsto de 28 dias no início da aplicação das doses, depois de inúteis audiência e consulta públicas, em habitual e anacrônica tática do Planalto ao trafegar em sentido contrário ao mundo.

Os investigadores podem começar o trabalho pelo dossiê de servidores provavelmente incentivados, tendo como resultado da emboscada digital mais uma afronta à liberdade de pensamento e de expressão, por meio dos métodos de intimidar e ameaçar, reproduzindo técnicas de assédio desenvolvidas na Alemanha e na Itália dos anos 1930, na ascensão do fascinazismo em fase de rebrota no Brasil. 

A intentona de inibir os reputados pesquisadores implica, por omissão, o ministro Marcelo Queiroga, em postura claudicante inequívoca no caso do atraso da cobertura vacinal infantil a exigir explicações convincentes.

A solidariedade da cidadania produz sensação de mãos dadas aos compatriotas agredidos, os integrantes da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai e Renato Kfouri, além do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi.

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