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O espaço público devolvido à cidade

Publicado sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014 às 13:21 h | Atualizado em 21/02/2014, 13:21 | Autor: Sílvio Pinheiro | Superintendente da Sucom

Ordenar a cidade e devolver à população o espaço público ocupado de forma irregular nem sempre agrada a todos ou resulta de uma decisão fácil. Quando a prefeitura decidiu peitar empresários para demolir a casa Espetáculo, que funcionava na antiga sede de praia do Bahia, na Boca do Rio, a atual gestão foi alvo de protestos. No final, no entanto, após a conclusão das obras que requalificaram aquele trecho de orla, que voltou a ser frequentado pela população, houve a percepção geral de que Salvador não pode mais ser uma cidade que aceite conviver com a desordem, independentemente de classe, condição social ou poder de pressão.

O prefeito ACM Neto sempre disse que não foi eleito para tomar as decisões fáceis. Quando aceitei o convite para ser superintendente da Sucom, o fiz com o mesmo pensamento. Definitivamente essa gestão não conquistou a confiança da população, a ponto de ter o prefeito mais bem avaliado do país, apenas fazendo os serviços considerados básicos. Nosso objetivo é devolver a cidade aos soteropolitanos. Por isso, não vamos tolerar a ocupação irregular de área pública. A Sucom não vai se omitir.

No caso da "Favelinha", área invadida na Av. Magalhães Neto para exploração de comércios como bares e lava-jatos, desde 2011 as pessoas que desempenhavam essas atividades de forma irregular foram notificadas pela Sucom. Mas, por questões políticas, a desocupação não ocorreu. Agora que a prefeitura precisa daquela área para concluir intervenções de mobilidade e fazer a urbanização, tivemos que efetuar a desocupação, atendendo, inclusive, a uma antiga reivindicação dos moradores. E fizemos isso com responsabilidade social, visto que a Ouvidoria está buscando alternativas para essas pessoas nos programas da prefeitura.

A cidade já percebe que a atual gestão não vai abrir mão do ordenamento. Não vamos permitir que os interesses de poucos prevaleçam sobre a coletividade. As ações da Sucom vão continuar, sempre buscando a negociação até o último instante, mas sem abrir mão de agir sempre que for necessário.

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