Após discussão com Flávio Bolsonaro, Witzel abandona CPI da Covid | A TARDE
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Após discussão com Flávio Bolsonaro, Witzel abandona CPI da Covid

Publicado quarta-feira, 16 de junho de 2021 às 15:55 h | Atualizado em 16/06/2021, 16:09 | Autor: Da Redação
Segundo Witzel, ele não era “porteiro” para ser intimidado pelo parlamentar | Foto: Jefferson Rudy | Agência Senado
Segundo Witzel, ele não era “porteiro” para ser intimidado pelo parlamentar | Foto: Jefferson Rudy | Agência Senado -

Após um bate boca com senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), depoente da CPI da Covid nesta quarta-feira, 16, decidiu abandonar a sessão. Segundo Witzel, ele não era “porteiro” para ser intimidado pelo parlamentar.  

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“Senador, o senhor pode ficar tranquilo que eu não sou porteiro. Não vai me intimidar, não. Mas, senador Flávio Bolsonaro, vossa excelência é contumaz ao dar declarações atacando o Poder Judiciário, especialmente o juiz Flávio Itabaiana”, afirmou Witzel a Flávio. 

A fala é uma referência ao porteiro do condomínio em que Jair Bolsonaro tem residência no Rio, que inicialmente afirmou que os assassinos da vereadora Marielle Franco teriam ido à casa do presidente, mas que depois mudou a sua versão.

Witzel também disse que vem recebendo ameaças de morte em série. Acredita que algumas delas partem de milicianos do Rio de Janeiro, apesar de ressaltar que “miliciano não se declara miliciano”.

“Senador, a gente recebe sempre ameaças, que eu deveria estar morto. Durante o período que eu tinha a minha segurança como governador, eu tinha a minha segurança, me deixava mais tranquilo. Hoje eu não tenho mais essa prerrogativa.

Consequentemente eu evito sair à rua, sair à noite, ter rotina”, afirmou, para em seguida ser questionado por Renan Calheiros (MDB-AL) se as ameaças partiam de milicianos.

“Miliciano não se declara miliciano. Mas a minha segurança sempre observou a aproximação de veículos. procurando mudar o trajeto, intimidações houve.”

Em diversas ocasiões, o ex-governador afirmou que houve atuações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que se caracterizaram como “intervenções” no estado e contra ele próprio.

Witzel chegou a citar uma conversa com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que teria pedido ao então governador que parasse de afirmar que queria ser presidente da República.

“Eu cheguei lá, o ministro Moro disse pra mim o seguinte: ‘Ô Witzel, o chefe falou pra você parar de falar que quer ser presidente. E, se você não parar de falar que quer ser presidente, infelizmente a gente não vai poder te atender em nada, né?’. E aí o ministro Moro falou que ia pedir de volta os delegados, porque estava sendo uma determinação do governo federal. Isso é ou não é uma clara intervenção num estado da federação?”

Witzel pediu para encerrar a sessão quando estava sendo questionado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre suspeitas de desvio de dinheiro na compra de respiradores pela gestão do ex-governador.

Comunicado, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que o pedido estava amparado por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que garantiu um habeas corpus a Witzel, e comunicou o encerramento da sessão.

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