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Aras vai “oficiar” Paulo Guedes para ter informações sobre offshore em paraíso fiscal

Publicado segunda-feira, 04 de outubro de 2021 às 10:20 h | Atualizado em 04/10/2021, 10:47 | Autor: Da Redação
Aras disse que será aberta uma averiguação preliminar "sem juízo de valor" | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil
Aras disse que será aberta uma averiguação preliminar "sem juízo de valor" | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil -

O procurador-geral da República, Augusto Aras, deve “oficiar” o ministro Paulo Guedes para receber mais informações sobre a offshore milionária do titular da Economia em um paraíso fiscal. Deverá ser questionada a possibilidade de Guedes ter feito investimentos no exterior durante o governo de Jair Bolsonaro. As informações são do site Poder360.

>> Paulo Guedes tem offshore com milhões de dólares em paraíso fiscal

“Trata-se de uma notícia que foi publicada pela imprensa. Com todo respeito à mídia, não podemos fazer investigações com base em notícias. O PGR fará, como de praxe, uma averiguação preliminar. Vamos ouvir algumas pessoas e requisitar documentos. Depois é que vamos fazer um juízo de valor se é necessário pedir a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal, que é o foro para quando há ministros de Estado citados. Mas tudo será dentro do devido processo legal. A 1ª pessoa a ser ouvida será o ministro Paulo Guedes, que será oficiado e poderá com tranquilidade enviar todos os esclarecimentos”, disse Augusto Aras ao Poder360.

O ministro da Economia Paulo Guedes mantém uma offshore em um paraíso fiscal nas Ilhas Virgens Britânicas com o total de 9,55 milhões de dólares. A conta aberta em 2014 através da Dreadnoughts International, empresa do chefe da pasta econômica está sujeita a variação cambial, o que representa um lucro em dezenas de milhões de reais ao economista.

A abertura de uma offshore ou de contas no exterior não é ilegal, desde que o saldo mantido lá fora seja declarado à Receita Federal e ao Banco Central. No entanto, no caso de servidores públicos, a situação é diferente, já que o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, instituído em 2000, proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de ser afetadas por políticas governamentais.

A offshore de Guedes é influenciada pela taxa cambial, ou seja, pelo aumento do dólar. Em 2014, o dinheiro depositado pelo economista era o equivalente a R$ 23 milhões. No câmbio atual, com o dólar mais alto durante a sua gestão no Ministério da Economia, Guedes conta com a soma de R$ 51 milhões no paraíso fiscal.

As informações são de reportagem do Poder360, através do Pandora Papers, projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ, com sede em Washington, nos Estados Unidos. No Brasil, fazem parte da apuração jornalistas do Poder360, da revista Piauí, da Agência Pública e do site Metrópoles.

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