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Bolsonaro nega 'gabinete paralelo', mas diz não ver problema em possível existência do grupo

Publicado quarta-feira, 16 de junho de 2021 às 09:19 h | Atualizado em 19/11/2021, 12:16 | Autor: Da Redação
Um suposto 'gabinete paralelo' é um dos principais alvos da CPI da Covid-19 | Foto: Anderson Riedel | PR
Um suposto 'gabinete paralelo' é um dos principais alvos da CPI da Covid-19 | Foto: Anderson Riedel | PR -

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou a existência de um gabinete de aconselhamento sobre medidas a serem tomadas na pandemia, mas afirmou não ver problema caso existisse. A declaração foi dada em entrevista à RIC TV, afiliada da Record em Rondônia.

Um suposto 'gabinete paralelo' é um dos principais alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. De acordo com os senadores, um grupo orientou e definiu junto com o presidente medidas não-farmacológicas como padrão de enfrentamento à pandemia, sendo um dos principais responsavéis pela política negacionista do governo.

“Foi feita uma live e ficou na minha página. Daí a CPI pega isso, diz que era um gabinete paralelo. E se fosse? Qual o problema? Eu tenho que ouvir pessoas para tomar providências. Não posso tomar providências sem ouvir pessoas”, afirmou o presidente.

O vídeo ao qual Bolsonaro se refere é de uma reunião de Bolsonaro com o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), defensor da tese de imunidade de rebanho, pelo qual a imunização se daria de forma natural a medida que grande parte da população fosse infectada. Na reunião, Terra é apontado como um "guia intelectual", como influência nas decisões do Ministério da Saúde.

A reunião aconteceu no dia 8 de setembro. Na agenda do presidente, consta como um encontro com Osmar Terra e com a organização "Médicos pela Vida".

A imunologista Nise Yamaguchi, apontada como integrante do 'gabinete paralelo' e que já prestou depoimento à CPI da Covid-19, também estava presente. Na oitiva, ela negou a existência do grupo extraoficial de aconselhamento.

Outro a discursar na reunião foi o o virologista Paulo Zanotto. O vídeo mostra o momento em que Zanotto diz para o presidente Bolsonaro a "tomar extremo cuidado" com a aquisição de vacinas e sugere a criação de um "shadow board" (gabinete das sombras, em tradução livre), formado por pessoas que não ficariam expostas.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) definiu o vídeo como "prova definitiva da existência do Gabinete Paralelo que a CPI já investigava".

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