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Bolsonaro se reúne com ministros para discutir reação à prisão de Fabrício Queiroz

Publicado quinta-feira, 18 de junho de 2020 às 15:53 h | Atualizado em 18/06/2020, 15:59 | Autor: Da redação
Fabrício Queiroz foi preso em Atibaia (SP) em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família olsonaro
Fabrício Queiroz foi preso em Atibaia (SP) em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família olsonaro -

O presidente Jair Bolsonaro convocou o ministro da Justiça, André Mendonça, para uma reunião no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira, 18, com o objetivo de traçar uma estratégia de reação à prisão do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz. Bolsonaro disse a aliados, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, que o Poder Judiciário tem tentado construir um clima político com o objetivo de tirá-lo do cargo.

Fabrício Queiroz foi preso em Atibaia (SP) em um imóvel do advogado Frederick Wassef, que tem o presidente e seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) como clientes. De acordo com caseiros da propriedade, o ex-assessor estava havia um ano no local. Neste período, o advogado, o senador e Bolsonaro negaram saber o paradeiro de Queiroz.

Segundo relatos de interlocutores ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo, o presidente considerou que não foi uma coincidência o fato de, na mesma semana, terem sido feitas buscas e apreensões contra aliados, no âmbito do inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre atos antidemocráticos, e prendido, via decisão judicial do Rio, seu amigo e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

O mandado de prisão de Queiroz foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, a pedido do Ministério Público do estado, que coordena a operação. Ainda não houve denúncia, e a suspeita é de interferência de Queiroz nas investigações, por isso a prisão preventiva — ele não era considerado foragido.

O encontro não estava previsto na agenda. O ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência e subchefe de Assuntos Jurídicos, e assessores do gabinete também participaram da conversa.

A avaliação em Brasília é que a prisão de Queiroz em um endereço ligado ao advogado de Flávio e amigo do presidente colocou o caso da “rachadinha” dentro do Palácio do Planalto. Desde o início das investigações do suposto esquema na Assembleia Legislativa do Rio, o governo trabalhou para blindar o mandato de Bolsonaro.

Embora a agenda oficial só registre três encontros do presidente com Wassef, o advogado, que se apresenta como consultor jurídico da família, é presença constante no gabinete de Bolsonaro e na residência oficial.

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