Bolsonaro minimiza ações do FBI na mansão de Donald Trump | A TARDE
Atarde > Política > Brasil

Bolsonaro minimiza ações do FBI na mansão de Donald Trump

Presidente disse que também possui informações privilegiadas e se solidarizou com o ex-presidente americano

Publicado sábado, 13 de agosto de 2022 às 15:10 h | Atualizado em 13/08/2022, 15:18 | Autor: Da Redaçao
Ainda na entrevista, Bolsonaro reconheceu excessos cometidos durante a ditadura
Ainda na entrevista, Bolsonaro reconheceu excessos cometidos durante a ditadura -

A operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi comentada pelo presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 13, durante entrevista ao programa Cara a Tapa, do jornalista Rica Perrone.

Segundo o chefe do executivo brasileiro, a operação do FBI não tem tanta relevância pois, segundo ele, "um presidente sempre precisa de papéis". Em sua fala, Bolsonaro ainda se solidarizou com o ex-colega mas disse que não o procurou para manifestar apoio.

"Eu tenho liberdade para falar com o Trump, mas não liguei para ele. Foi uma busca e apreensão. Foram buscar papéis, lá, secretos e sigilosos, que teriam, teriam sido guardados com ele. Agora, um presidente sempre precisa de papéis. Eu tenho informações privilegiadas. Vão fazer o quê? Vão me prender agora?", afirmou Bolsonaro.

Segundo a justiça norte-americana, Trump está sob investigação criminal por possíveis violações à Lei de Espionagem, além de infrações relacionadas à obstrução da Justiça e destruição de registros do governo federal. A Lei de Espionagem dos Estados Unidos proíbe a retenção não autorizada de informações de segurança nacional que possam prejudicar o país ou ajudar um adversário.

Ditadura

Na mesma entrevista, Bolsonaro falou sobre a ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, e reconheceu abusos cometidos durante o regime. Nesse período, houve perseguição, tortura, assassinatos, o Congresso Nacional foi fechado, imprensa e artistas foram censurados e por mais de 20 anos não houve eleição para presidente da República.

Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, relativizou as violações ocorridas no período. "Teve coisa errada? Ninguém vai negar que teve. Levou cascudo, tapa, afogamento. Ninguém vai negar. Mas, pro lado de cá, nós sofremos também", disse o presidente.

Bolsonaro também desdenhou de pessoas que, na Câmara dos Deputados, disseram que foram vítimas de tortura durante a ditadura. "Aparecia os torturados com a pele mais lisa que a Branca de Neve. Uns (diziam) 'me quebraram os ossos todos'. Tira um raio-x e vê se tem algum calo ósseo", declarou.

Meio ambiente

O presidente falou sobre política ambiental e disse que a França e a Noruega comandam o que chamou de "política ambiental contra o Brasil". Segundo Bolsonaro, os países fazem isso para prejudicar a comercialização dos produtos agropecuários brasileiros no exterior.

Ele ainda ironizou o presidente Emmanuel Macron, da França, que tem registrado vários incêndios nas últimas semanas. Bolsonaro afirmou que Macron não se tornou um "Macronero" pelo que está ocorrendo na França, assim como ele não é um "Bolsonero" pelos incêndios em solo brasileiro, em referência ao imperador romano Nero, tirano que ficou conhecido por mandar incendiar Roma.

Publicações relacionadas