Milton Ribeiro deve entregar cargo de ministro nesta semana
Suspeita de corrupção em repasses da pasta tornou permanência do ministro um problema para o governo Bolsonaro
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, informou ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que pretende deixar a pasta por conta das suspeitas de corrupção que envolvem ele e dois pastores envolvendo verbas do MEC. Bolsonaro já teria decidido por aceitar a exoneração, que deve acontecer até esta sexta-feira, 1º, segundo reportagem do Estado de S. Paulo.
A ideia do governo é atender aos pedidos do Partido Liberal (PL) e Republicanos de “estancar a sangria” com o afastamento do ministro. A crise no MEC começou na segunda-feira da semana passada, 21, quando um áudio foi publicado pela Folha de S. Paulo em que o ministro afirma que repasses de verbas da sua pasta seguem para municípios direcionados por Gilmar Santos e Arilton Moura, dois pastores que não têm cargos públicos.
Milton Ribeiro, dessa forma, busca uma “saída honrosa”, após não só o vazamento da Folha de S. Paulo no dia 21, mas também informações de que um dos pastores próximos ao MEC teria pedido dinheiro e ouro para prefeitos para fazer repasses da pasta para os municípios. Outra polêmica, envolve a distribuição de Bíblias com fotos do ministro em um evento do MEC no interior do Pará.
O uso da imagem de Milton nos livros sagrados pode configurar como improbidade, por conta do princípio da impessoalidade, além de corrupção, pelo fato de a doação trazer uma vantagem indevida para o desempenho de uma atividade pública.