Podemos repreende Marcos do Val e condena uso do orçamento secreto
Senador disse que recebeu R$ 50 milhões como 'gratidão' por apoio a eleição de Pacheco para a presidência do Senado
O Podemos, partido do senador Marcos do Val (ES), repreendeu o parlamentar após ele admitir ao Estadão que recebeu R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto por ter apoiado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na eleição para presidência do Senado, em fevereiro do ano passado.
Sete dois oito integrantes da bancada do Podemos no Senado se manifestaram nesta sexta-feira contra a execução de emendas de relator do chamado orçamento secreto do Legislativo.
"Nós, senadores pelo partido Podemos, declaramos que somos contrários ao recebimento de verbas ou recursos provenientes das emendas RP-9 (orçamento secreto). Não compactuamos com essa forma de se fazer política", diz a nota.
Após a reação negativa às suas declarações, Marcos do Val realizou live, no início da tarde desta sexta-feira, 8, para dizer que foi mal interpretado ao comentar a liberação de emendas parlamentares oriundas do chamado orçamento secreto. Ele também disse que foi mal interpretado sobre a parte em que falou na entrevista ao Estadão que os recursos remetam a demonstração de "gratidão" por ter apoiado a eleição de Pacheco.
Além da live, Marcos do Val, que é relator-geral do orçamento secreto, também emitiu nota oficial desmentindo a declaração. "Só posso acreditar que fui mal interpretado quando concedi uma entrevista por telefone. Jamais houve qualquer tipo de negociação política para a eleição do presidente Rodrigo Pacheco, que envolvesse recursos orçamentários. Afirmo com toda certeza que jamais aconteceu", disse.
Durante a eleição para a presidência do Senado, o Podemos declarou apoio à eleição de Simone Tebet (MDB-MS) para comandar a Casa. Marcos do Val e o senador Romário (RJ), que mudou para o PL, apoiaram Pacheco, na contramão da bancada. Na ocasião, de acordo com reportagem do Estadão, o Planalto liberou verbas do orçamento secreto para favorecer Pacheco na eleição do Senado e Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara.