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CPI: Renan Calheiros propõe que Receita investigue líder do governo na Câmara

Publicado terça-feira, 19 de outubro de 2021 às 13:26 h | Atualizado em 19/10/2021, 13:31 | Autor: Da Redação
Segundo Renan, o parlamentar incentivou uma série de “atos administrativos irregulares” | Foto: Pedro França | Agência Senado
Segundo Renan, o parlamentar incentivou uma série de “atos administrativos irregulares” | Foto: Pedro França | Agência Senado -

Na minuta do relatório da CPI da Covid, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pede que a Receita Federal investigue as empresas ligadas ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O documento vai ser lido na última sessão da CPI na próxima quarta-feira, 20. 

O líder do governo Bolsonaro na Câmara é alvo de um capítulo específico do relatório. Segundo Renan, o parlamentar incentivou uma série de “atos administrativos irregulares”. Os atos favoreceram, segundo Renan, a Global Gestão em Saúde, empresa investigada pelo Ministério Público Federal.

“Com o intuito de beneficiar indevidamente a empresa Global Gestão em Saúde em aquisições do Ministério, Ricardo Barros pressionou o então Coordenador de Execução Orçamentária e Financeira Substituto (CEOF), Victor Laud, e mandou que Davidson Tolentino e Alexandre Lages também o fizessem, para que assinasse os pagamentos antecipados à Global relativos à aquisição dos medicamentos Myozyme, Fabrazyme e Aldurazyme”, diz Renan Calheiros em seu relatório, que ainda passar por ajuste hoje em reunião às 19h com outros integrantes da CPI

A CPI pediu a quebra de sigilo das empresas de que Ricardo Barros é sócio. Ele foi investigado pela comissão por ligação com as empresas que sustentaram a venda da vacina indiana Covaxin ao governo federal e por ter levado um empresário da Belcher Farmacêutica, interessada em vender imunizantes, para encontrar o ministro Marcelo Queiroga.

Entre as firmas citadas está a RC1 Incorporações, sociedade de Barros e sua esposa. A empresa auferiu receita bruta no valor de R$1,78 milhão em 2017, embora tenha um só funcionário e não tenha emitido nenhuma nota fiscal, segundo informações da CPI. Mesmo sem nenhum faturamento declarado em 2018 e 2019, distribuiu R$ 1,3 milhão em dividendos para Barros e Borghetti.

Outra empresa de Barros citada é a BB Corretora Ltda. "Com apenas 4 funcionários, a empresa faturou, somente em 2019, R$ 2.305.000,00, sem emitir qualquer nota fiscal. No mesmo período, distribuiu ao sócio Ricardo Barros R$ 1.850.110,00, a título de lucro/dividendo."

Ao tomar conhecimento do relatório, Ricardo Barros afirmou, na sexta-feira, 16, que irá processar Calheiros por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. "Todos os ouvidos pela CPI sem exceção negaram meu envolvimento. Só por ser líder do governo ele quer me atacar", disse Barros ao jornal o GLOBO.

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