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Aliados alertam Bolsonaro sobre risco de mudar local da parada militar

Presidente quer transformar desfile das Forças Armadas em ato político em Copacabana

Publicado terça-feira, 09 de agosto de 2022 às 11:58 h | Atualizado em 09/08/2022, 12:05 | Autor: Da Redação
Tradicionalmente, a parada militar em comemoração ao Sete de Setembro no Rio de Janeiro é realizada no centro da cidade
Tradicionalmente, a parada militar em comemoração ao Sete de Setembro no Rio de Janeiro é realizada no centro da cidade -

O presidente Bolsonaro tem sido alertado pela cúpula das Forças Armadas e pela coordenação da campanha à reeleição sobre os riscos em transferir o desfile militar do Sete de Setembro do centro do Rio de Janeiro para a orla da praia de Copacabana, reduto de manifestações bolsonaristas.

A mudança foi tema de reunião no Quartel General do Exército, em Brasília, da qual participaram o comandante, Marco Antônio Freire Gomes, e oficiais do Alto Comando, segundo informação da coluna da Malu Gaspar, do Globo.

Os aliados presidenciais apontam a dificuldade em montar um aparato de segurança no local em tão curto espaço de tempo. Há também grande preocupação não só com a segurança de Bolsonaro, mas com a do público, com  risco de tumultos.

Outro problema é que o ato em Copacabana cria um ambiente de viés político-partidário e ainda coloca à prova a popularidade de Bolsonaro. Líderes do Centrão avaliam que a manifestação será um fracasso eleitoral se reunir menos gente do que o ato realizado ano passado, na avenida Paulista, em São Paulo.

“O Exército convenceu o presidente que não seria uma 51 (uma boa ideia, em referência ao slogan da marca de cachaça). Quando ele percebe que a ideia é de jerico, recua", disse um general ouvido pela coluna.

Uma questão jurídica também pode dificultar a transferência do Sete de Setembro. A Rede Sustentabilidade ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal e a relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, deu um prazo de 5 dias para o governo Bolsonaro apresentar justificativas.

Na semana passada, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), já tinha publicado em rede social que a parada militar será mantida na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, "onde o exército organizou e aonde sempre foi feito”.

Para a campanha e militares próximos ao presidente, o prefeito do Rio inviabiliza de vez o desfile na orla, pois é responsável por toda logística e o planejamento do evento.

As comemorações deste ano marcam a celebração dos 200 anos da Independência do Brasil e são encaradas como cruciais para atestar o poder e popularidade do presidente. 

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