João Roma: “Temos que dar um freio de arrumação nesse estado” | A TARDE
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João Roma: “Temos que dar um freio de arrumação nesse estado”

Ex-ministro falou do desejo por uma Bahia com qualidade de ensino e com o serviço público de qualidade

Publicado quinta-feira, 21 de julho de 2022 às 00:15 h | Autor: Jefferson Beltrão
João Roma, pré-candidato ao governo do estado pelo PL
João Roma, pré-candidato ao governo do estado pelo PL -

“Diminuir impostos, aliviar o setor produtivo e quebrar as amarras de uma estrutura que dificulta a todos”. A promessa é do pré-candidato ao Governo do Estado João Roma (PL). Segundo ele, a Bahia está perdendo vantagem competitiva e, consequentemente, “as empresas têm deixado de gerar emprego”.

Deputado federal licenciado e ex-ministro da Cidadania, Roma garante: “Estaremos no segundo turno e vamos transformar a história da Bahia”. Confira nesta terceira entrevista da série realizada pelo A TARDE em parceria com a TV Alba (canal aberto 12.2 e 16 na Net) com os pré-candidatos ao governo baiano.

Por que o eleitor deve apostar em seu nome como candidato ao governo da Bahia?

Para que possamos ter uma Bahia de mãos dadas com o Brasil, para que possamos terminar o ciclo de uma política atrasada, de uma Bahia que é um estado grandioso, um povo valoroso que se destaca em tudo que se propõe a fazer, mas tem ficado pra trás perante outros estados. Justamente porque tem uma prática política do empreguismo, uma prática política da perseguição, uma prática política do toma lá, dá cá. É isso que a gente tem visto nos meios de comunicação. Então, de fato, o que eu tenho percebido é que o povo da Bahia quer, sim, essa mudança. E não adianta uma mudança de seis por meia dúzia. Queremos dar uma oxigenada no Estado, libertar a nossa Bahia para que cada vez mais possamos atrair investimentos e gerar oportunidade de emprego e renda, para que a Bahia seja grandiosa, para mostrar que a Bahia não é problema para o Brasil, que a nossa Bahia é solução para o Brasil. 

Como o senhor espera reverter sua posição nas pesquisas de intenção de voto que o colocam em terceiro lugar?

Trabalhamos com a verdade e tudo isso que se vê aí é muito natural. Uma pesquisa onde mostra que quase 40% dos baianos ainda não me conhecem – o que é também natural – mas já conhecem o meu trabalho. À frente do Ministério da Cidadania implantamos o Auxílio Brasil que saiu do Bolsa Família com 189 para um mínimo de 400 e agora 600 reais, o que ajuda e muito a vida do cidadão necessitado. Cada vez mais estamos trabalhando pra que a nossa Bahia seja motivo de orgulho pra cada um de nós. É isso que tenho feito. E com a graça de Deus, a gente tem conseguido cada vez mais êxito na nossa caminhada. Queremos uma Bahia de mãos dadas com o Brasil pra que a Bahia possa, sim, experimentar as coisas que estão dando certo no nosso Brasil. Vemos um Brasil avançando no orgulho do nosso verde e amarelo e o governo da Bahia remando para os lados. Essa nossa caminhada é conversando diretamente com cada cidadão baiano, pra que as pessoas possam mostrar que estão compreendendo o processo político e saber o que é que vai estar em jogo no final do ano. Se as pessoas querem seguir com o Brasil tendo orgulho do nosso verde e amarelo ou voltar para um passado que era motivo de decepção e de vergonha pra muitos brasileiros. Tenho certeza e percebido o sentimento de mudança que está no coração do povo baiano. É isso que nos motiva pra seguir firme no nosso propósito, para que a gente possa ter cada vez mais orgulho da nossa Bahia. 

O senhor faz questão de associar seu nome ao do presidente Jair Bolsonaro, que o apoia mas não lidera as intenções de voto e tem uma forte rejeição na Bahia, segundo as pesquisas. Como avalia quem pensa que é um apoio que pode sair pela culatra?

Isso de acordo com as pesquisas, mas nas ruas a gente percebe que o povo baiano tem recebido o presidente Bolsonaro com muito carinho e entusiasmo. As pessoas têm percebido quem de fato está ajudando aqueles que mais precisam. Só na área social mais do que triplicamos os recursos. Na Bahia o presidente não foi vitorioso nas eleições últimas, mas tem tratado a Bahia e os baianos com muito respeito e carinho. O PT, que durante muito tempo levou o voto do povo baiano, não entregou de volta sequer um quilômetro de BR duplicado. Já Bolsonaro está avançando com a 101. Quem vai pra Alagoinhas vê um palmo de concreto, estrada de qualidade. A 116 já chegou duplicada até Santa Bárbara. Estivemos com ele em Feira de Santana com tantas pessoas abraçando o presidente, pra ver as máquinas na pista duplicando a Avenida Contorno. Tudo isso o nosso povo está enxergando. E o futuro da Bahia está na mão de cada um. Tenho certeza que não vai ser conversa bonita nem propaganda enganosa que vai levar o nosso povo na conversa. Estou confiante que a Bahia vai demonstrar que no próximo 2 de outubro vamos dar uma reviravolta no nosso Brasil e levar o presidente Bolsonaro pra reeleição, dando exemplo de que ninguém é dono do voto do povo baiano, que temos muito valor e esperança no coração, pra que a gente possa buscar oportunidade pra cada um poder melhorar de vida. 

Quais são suas principais propostas de governo? 

Temos várias propostas de governo por todas as áreas. A começar pela diminuição de impostos, por reformular o programa social. Hoje a Bahia é o estado que tem a maior quantidade de pessoas na faixa da pobreza e extrema pobreza. O que isso demonstra? Que as políticas sociais do governo não estão sendo eficazes pra que as pessoas melhorem de vida, superem a condição de pobreza. Queremos também criar o Auxílio Bahia, para que possamos dar oportunidade pra o cidadão ter ainda mais suporte e poder melhorar de vida, como tem feito com o Auxílio Brasil. Vários estados já tem programa similar, como São Paulo e Distrito Federal, e precisamos criar aqui na Bahia que tem ficado pra trás em relação a outros estados. Há cerca de um século a Bahia só perdia na economia pro Rio de Janeiro. Hoje perde pra Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina. E o que está errado? A prática política do empreguismo, do toma lá, dá cá, da perseguição que não melhora a vida das pessoas. Uma política em que cada político poderoso fica olhando pro seu umbigo e não trabalha pra melhorar a vida do cidadão. Queremos inverter essa lógica. Uma Bahia que cobre menos impostos, porque a toda hora você vê uma cobrança ferrenha de imposto em cima do cidadão. Isso tira a competitividade da Bahia. Queremos uma Bahia com qualidade de ensino, com o serviço público de qualidade na área da saúde. Uma senhora que chega hoje numa fila de madrugada, se o médico passa um exame, acabou. Seis meses e ela não consegue o exame. E a culpa vai além da regulação. Todos falam “ah, essa regulação da morte”. A regulação é um sistema. O que está errado é o governador achar que é parede de prontoclínica que vai melhorar a vida das pessoas. Não. Precisamos da saúde de verdade. Hoje os médicos na Bahia passam até quatro meses sem receber o salário. Foram obrigados a emitir nota fiscal, sequer direito trabalhista têm. Muitos médicos queriam ir para o interior, para os seus laços familiares, pra desenvolver sua profissão, mas não têm o menor respaldo do governo pra isso. Tudo é centralizado em Salvador. Se a pessoa quer fazer um tratamento oncológico tem que ir pra Salvador de qualquer um dos 417 municípios do Estado. O médico não tem esse suporte. Um promotor, um juiz quando vai pro interior, ele tem suporte do governo, a garantia do seu salário. O médico não. São essas coisas que nós precisamos mudar no estado da Bahia, pois sem essas mudanças a gente vai continuar marcando passo e ficando pra trás. 

Numa eventual vitória, como seriam, por exemplo, os seus 100 primeiros dias de gestão? O que teria de mais importante para colocar em prática no início do seu governo? 

O que queremos é fazer uma mudança radical. Trazer primeiro a diminuição de impostos, aliviar o setor produtivo e quebrar as amarras de uma estrutura que dificulta a vida de todo mundo. Se o produtor rural quer perfurar um poço, por exemplo, passa anos sem conseguir sequer a outorga do poço. E sabe qual é a consequência disso? Não consegue financiamento no banco, não consegue continuar a produzir. E se produz sem autorização do Estado, vai ter rapidamente – aí, sim, o Estado funciona – alguém pra colocar multa, pra prejudicar aquele que está produzindo e gerando emprego. Não é o governo nem as prefeituras que geram emprego. Gera emprego é quem produz. No campo, na indústria, no comércio, nos serviços. É pra essas pessoas que a gente tem que parar de dificultar. A Bahia está na contramão. Cada vez mais dificultando quem quer produzir. Estamos perdendo vantagem competitiva para todos os estados. Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais. Até na área de distribuição de alimentos ou bebidas tem impostos mais baratos do que na Bahia. Resultado disso: as empresas têm deixado de gerar empregos, a Bahia tem perdido investimento até pro Ceará. E falo Ceará de propósito, porque o Ceará também é governado pelo PT mas conseguiu levar investimentos como na área de energia renovável, de hidrogênio verde, que poderia ser estratégico pra Bahia. E a Bahia perdeu. Essas coisas precisam ser observadas pelos baianos, que estão cada vez mais tendo oportunidade de enxergar quem de fato faz por essas pessoas e mostrar que não têm amarras, porque ninguém é dono nem do voto nem da opinião do baiano. Tenho certeza que as pessoas que estão enxergando isso vão dar uma resposta nesse próximo outubro.

E num eventual segundo turno entre os candidatos do PT e do União Brasil, o senhor deve se aproximar de quem? 

Estaremos no segundo turno e vamos transformar a história do estado da Bahia. O que eu vejo por onde ando são as pessoas me recebendo com muito carinho e cada vez mais demonstrando através dos seus olhares, dos abraços apertados que querem uma mudança pra valer na Bahia. Essa mudança não vai ser de seis por meia dúzia. Temos que dar um freio de arrumação nesse estado e fazer com que a Bahia seja grandiosa. Não com que a Bahia fique sendo motivo de vexame para o Brasil, com pior ensino, sem saúde, com a segurança pública que dá um horror pra cada cidadão. Uma mãe leva o filho para a escola com o coração na mão, porque sabe que na esquina pode morrer por causa da porcaria de um celular. É essa Bahia que queremos mudar. Por onde tenho andado tenho percebido essa confiança. Estou cada vez mais enxergando, não olhando pra pesquisas que ninguém sabe de onde vieram, mas vendo, sim, uma mudança que está acontecendo lá na base, de forma espontânea. Quando o Bolsonaro veio à Bahia, a população mais uma vez saiu às ruas pra receber o presidente e mostrar o que quer pro nosso futuro. E essa movimentação a gente está vendo acontecer. Tenho muita confiança que com a força do nosso povo, com a confiança que eles estão me transmitindo, teremos, sim, uma vitória, para que a Bahia possa melhorar a vida e dar oportunidade pra cada cidadão.

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