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Lupi afirma que PDT ficará na chapa de Wagner

Publicado domingo, 23 de agosto de 2009 às 23:38 h | Autor: Patrícia França, do A TARDE

Responsável pelo desfecho das negociações que asseguraram o ingresso do PDT na aliança do governador Jaques Wagner (PT), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, confirmou. neste domingo, 23, em entrevista a A TARDE,  que o governador garantiu que o PDT terá direito a uma vaga na chapa majoritária, que será montada visando a reeleição do petista na campanha eleitoral de 2010.

“O governador ligou dizendo que lamentava o fato de o deputado Severiano não estar mais no acordo, mas confirmou que será mantido o que foi acertado: o PDT terá alguns cargos na administração e a participação na chapa majoritária”, revelou o ministro, que, na semana passada,  assumiu as negociações diretamente com o governador, diante da resistência do deputado federal  Severiano Alves, em apoiar o petista. Na última quarta-feira, Severiano deixou a presidência do partido no Estado.

O ministro Carlos Lupi, que viaja nesta segunda para São Borja (RS) com os representantes da Executiva Nacional do PDT, para as comemorações dos 55 anos de morte do ex-presidente Getúlio Vargas, já convocou o novo presidente da legenda na Bahia, o ex-primeiro secretário Carlos Brust, para uma reunião em Brasília, na próxima quarta-feira.

Nomes  – Lupi e Brust vão discutir a composição da nova Executiva estadual. A ideia de Brust, que pretende substituir quatro dos 11 membros que compõem o colegiado, é tirar desta reunião, também, possíveis nomes para os cargos que o PDT terá na administração estadual.

“Vou propor o nome do ex-prefeito de Irecê e ex-deputado federal, Beto Lélis, para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti)”, adiantou, ontem à tarde, o getulista gaúcho radicado na Bahia. Beto Lélis é primeiro suplente de deputado federal, o que afasta especulações de que um dos deputados federais do PDT (Marcos Medrado ou Sérgio Brito, já que Severiano Alves está excluído do acordo) venha a assumir o comando da secretaria.

Pelo acordo firmado entre o governo e o PDT, o partido comandará além da Secti, aí incluída a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa), a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral), o Ibametro (Instituto Baiano de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), o Promo (Centro Internacional de Negócios da Bahia), e duas  diretorias na Ebal (Empresa Baiana de Alimentos).

O ministro Carlos Lupi nega ter havido intervenção da Executiva Nacional no diretório estadual. “Não foi destituído ninguém. Na Bahia a executiva é provisória e o prazo de vigência da comissão acabou no último dia 12”, justificou o ministro.  “Como o deputado Severiano disse que se sentia sem condições de manter o acordo, porque ia ficar ruim para ele, que preferia que o partido apoiasse a candidatura do ministro Geddel, ele preferiu se afastar de presidência do partido”.

Planalto  – Lupi também negou que tenha sofrido pressões do Palácio do Planalto para assegurar que o PDT na Bahia apoiasse a candidatura do petista Jaques Wagner. ”Não houve interferência do Planalto. O PDT tem autonomia. Basta ver o que ocorreu no Senado“, disse, referindo-se aos cinco senadores do PDT, inclusive o baiano João Durval,  que defenderam o afastamento do senador José Sarney (PMDB) da presidência da Casa, para que prosseguissem as investigações contra ele no Conselho de Ética .

Na avaliação do ministro, a tendência do partido na Bahia  é ampliar a sua representatividade política com o apoio à aliança do governador Jaques Wagner. “Nossa expectativa é crescer mais. Participando da chapa majoritária,  deveremos fazer de três a cinco deputados federais, e de cinco a oito estaduais“, disse o ministro.

Lupi afirmou que o partido deverá ser fortalecido, ainda, com o ingresso de novos filiados. “Tem muita gente querendo entrar no partido, e isso é bom”. Indagado sobre o futuro do deputado Severiano Alves, Lupi informou que o deputado, que preside duas importantes comissões – a de Relações Exteriores da Câmara e a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional –, continuará contribuindo com o partido. “Política é assim, quem entende. Foi o próprio Severiano que pediu para o partido voltar a integrar o governo do prefeito João Henrique, depois de ter rompido com ele (chamou João de traidor). O ministro Geddel também estava na aliança do governador Jaques Wagner, e agora saiu. É assim”.

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