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ACM Neto derrota o PT ao se reeleger em Salvador

Publicado segunda-feira, 03 de outubro de 2016 às 07:00 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Biaggio Talento
Com votação expressiva, Neto vence PCdoB/PT/PSB
Com votação expressiva, Neto vence PCdoB/PT/PSB -

Os partidos e candidatos da chamada "centro-direita" venceram as eleições municipais deste domingo, 2, com ampla margem de votos para as siglas de "esquerda". A exceção foi o brilho da estrela de Marcelo Freixo (PSOL) no Rio de Janeiro, que derrotou os candidatos de partidos tradicionais e passou para o 2° turno disputando a prefeitura carioca com o senador Marcelo Crivela (PRB).

No entanto, o maior símbolo do pleito foi o voto antipetista, espalhado por todo o Brasil. O PT que governou o país de 2003 a meados desse ano segue sua trajetória de queda e impopularidade desde as grandes manifestações populares de 2013 que cobraram reformas e mudanças do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que não vieram.

>> Acompanhe a apuração dos votos em Salvador e demais cidades

Com a vitória em Salvador, batendo a candidata do governador Rui Costa, o prefeito ACM Neto se credencia a disputar a eleição de governo em 2018 e terá o apoio de vários prefeitos interioranos que ajudou a eleger.

Na Bahia os petistas perderam em cidades importantes além de Salvador. Em Feira de Santana, (maior colégio eleitoral do interior), a exemplo de Salvador, o DEM conseguiu reeleger o prefeito José Ronaldo.

Uma das grandes perdas do partido, sem dúvida foi o município de Camaçari, do polo petroquímico. Lá venceu o candidato do DEM Antonio Elinaldo. O resultado também foi ruim em dois símbolos governados por petistas há 20 anos. Derrota em Pintadas e Vitória da Conquista.

Em Conquista, Zé Raimundo (PT) terminou atrás de Herzem Gusmão (PMDB), mas conseguiu votos para levar a disputa ao 2° turno.

Imagem ilustrativa da imagem ACM Neto derrota o PT ao se reeleger em Salvador

Sobrevivência

O PT entrou no pleito desse ano governando três capitais, Goiânia, Rio Branco e São Paulo. Só se manteve na capital do Acre com a reeleição de Marcus Alexandre. Até a grande aposta de sobrevivência política petista, a passagem para o segundo turno do prefeito de São Paulo Fernando Haddad, com a possibilidade de disputar a reeleição, naufragou.

A derrota é significativa. Primeiro porque Haddad era a esperança de renovação de lideranças do PT e segundo porque o ex-presidente Lula havia se empenhado nos últimos dias na campanha, conseguindo que ele passasse Celso Russomano (PRB) e Marta Suplicy. O esforço foi insuficiente para tirar a vitória de João Dória (PSDB) no 1° turno. Haddad comandando a principal prefeitura do país seria uma "cabeça de ponte" excelente para as pretensões de Lula retornar à presidência da República em 2018.

O professor Marco Antonio Teixeira, doutor em Ciências Políticas pela PUC- São Paulo e que acompanha de perto a política nacional, constata que o PT foi praticamente varrido do mapa político nacional na eleição desse domingo, em especial pelos desastres que acometeram o partido nos últimos dois anos. "Alem dos casos de corrupção que envolvem suas principais lideranças políticas, caíram por terra nos últimos anos todas as referências políticas que os governos do partido tinham consolidado, muito também em função da crise econômica que a sigla não soube enfrentar".

Nem o filho

Teixeira destaca a grande derrota petista em cidades paulistas que o PT dominava há muito tempo. "O símbolo talvez seja São Bernardo do Campo onde Lula mora e o candidato do PT a prefeito perdeu. Pior, o filho adotivo do líder petista, Marcos Lula, candidato a vereador não conseguiu se eleger".

Esse encolhimento do partido hegemônico até pouco tempo dificultará muito a campanha de Lula à presidência da República porque a sigla vai desidratar em recursos, fora do poder. Por outro lado, Teixeira acredita que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é o grande vencedor das eleições municipais. Conseguiu emplacar seu candidato a prefeito - Dória que venceu sua primeira eleição. "Ele atuou na convenção do partido, mas não apareceu na campanha. Seu candidato conseguiu vencer mesmo ele (Alckmin) tendo aprovação de apenas 21% na capital paulista". Com esse cacife, o cientista politico acredita que Alckmin dará o tom do PSDB até a eleição de 2018.

 

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