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Falta de saneamento básico é problema grave

Publicado sexta-feira, 03 de setembro de 2010 às 10:50 h | Atualizado em 22/01/2021, 00:00 | Autor: Donaldson Gomes, do A TARDE

O mesmo território que abriga uma cidade de comércio pulsante, os mais diversos serviços e trânsito de cidade grande apresenta um índice de 11,76% na oferta de saneamento básico. Apenas Feira de Santana e Santo Estêvão são atendidas com redes de esgotos. Nas outras 15 cidades, as fossas são os destinos dos dejetos.

O município de Conceição de Feira éumexemplo da falta de saneamento. De acordo com a prefeitura, a cobertura nesta área é zero. “A cidade é cheia de fossas coletivas”, diz o prefeito, Edvaldo Souza Santos. A falta de moradias dignas para a população é outro problema grave. O município está entregando 148 casas populares,masisto está longe de ser o suficiente. “Os problemas daqui são de décadas”, aponta o prefeito.

Imagem ilustrativa da imagem Falta de saneamento básico é problema grave

Há quatro décadas, a família de Eunice da Silva Soares deixou o município de São Gonçalo dos Campos, e migrou para a localidade da Fazenda Grande, em Conceição de Feira em busca de uma vidamelhor.Trocaramaterra arrendada pela deles e foi basicamenteissoquemudouna vida deles desde então. As 22 tarefas de terra onde eles plantam mandioca, laranja, coco, amendoim, além de criar porcos e galinhas caipiras, garantem a sobrevivência.

“Infelizmente o dinheiro do nosso trabalho não fica com a gente”, lamenta Eunice. A galinha caipira que chega a ser vendida por R$ 40 na Feira de São Joaquim, a depender da raça, sai da propriedade por no máximo R$ 15,chegandoaservendidaem algumasépocasdoanoporR$ 10.“Seagentepudessechegar até o consumidor, nossa vida seria bem melhor”, acredita.

Na região onde se concentram a maioria das grandes granjas da Bahia, a criação de galinhas caipiras é uma alternativa para a geração de renda nas pequenas propriedades.

Um pedido dos trabalhadores rurais é a construção de um local apropriado para o abate. Apesar das dificuldades, a mãe de Eunice, dona Alice, 71 anos, não imagina viver longe da terra. “Pegar na roça e conversar com os pés de mandioca, de laranja é bom, né?”.


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