Especialistas são contra choque elétrico para tratar autistas
Recomendação de tratamento foi sugerida por Ministério da Saúde
Após um órgão vinculado ao Ministério da Saúde abrir consulta pública para aprovação de uma proposta que defende choque elétrico para tratar pessoas autistas, alguns especialistas em autismo mostraram posicionamento contrário.
Pediatra e neurologista infantil do Instituto NeuroSaber, Clay Brites disse que a eletroconvulsoterapia é um retrocesso. “O autismo não pode ser encarado como um processo no qual essa terapia vai resolver todos os problemas”.
Já a criadora do Projeto Internacional Autimates e administradora da comunidade Pró-Autismo, Fátima de Kwant, alegou que considera precoce que seja aplicado um tratamento sem pesquisas suficientes na área. “No dia a dia, temo que vá traumatizar mais ainda a pessoa autista. Minha primeira impressão é a de tentar de tudo, menos tratamentos invasivos”, disse Kwant, que assim como Brites, foi entrevistada pelo jornal Estado de S. Paulo.
A consulta pública foi aberta este mês pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde – SUS), que é vinculada ao Ministério da Saúde. No mês passado, o órgão publicou o relatório ‘Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo’, em que defende a eletroconvulsoterapia (ECT), procedimento que gera estimulação cerebral por corrente elétrica e provoca convulsões para controlar a pessoa.