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Instituto lança nova campanha contra o câncer por HPV

Dados do Ministério da Saúde mostram que cobertura vacinal está muito abaixo da meta

Publicado segunda-feira, 06 de dezembro de 2021 às 14:34 h | Atualizado em 12/12/2021, 11:24 | Autor: Da Redação
Ação visa alertar para a imunização contra o vírus que causa diversos tipos de câncer | Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil
Ação visa alertar para a imunização contra o vírus que causa diversos tipos de câncer | Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil -

Causador de diversos tipos de câncer, com destaque para o de colo do útero, que anualmente provoca a morte de mais de 9 mil brasileiras, o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é tema da nova campanha do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL).  Intitulado “Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem”, o movimento destaca que a vacina contra o câncer não só já existe, como está disponível gratuitamente na rede pública.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2020, a primeira dose da vacina HPV, cuja meta é de 80%, foi aplicada em cerca de 70% das meninas de 9 a 14 anos e em pouco mais de 40% dos meninos de 11 a 14 anos. Na segunda dose, os índices foram de aproximadamente 40% e 30%, respectivamente. De acordo com o Global Cancer Observatory, da OMS (Organização Mundial da Saúde), anualmente são diagnosticados mais de 17 mil casos de câncer de colo do útero no Brasil, que causa mais de 9 mil mortes e, muitas delas, em mulheres na faixa etária dos 50 anos, que desenvolvem a doença por não terem tido a oportunidade de receber a vacina.

Assim, a campanha do LAL pretende engajar os pais e responsáveis, e esclarecer que a vacina deve ser aplicada o mais cedo possível, a partir dos 9 anos de idade. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina contra o HPV para meninos de 11 a 14 anos; meninas de 9 a 14 anos; mulheres imunossuprimidas – com o sistema imunológico fragilizado por HIV/Aids, transplantes e cânceres – de 9 a 45 anos; e homens imunossuprimidos, entre 9 e 26 anos de idade.

Como parte do movimento, a entidade fará nesta quinta-feira, 9, o “Simpósio Nacional Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem”, que será online, com a participação de especialistas do Brasil e do exterior, entre eles: Juarez Cunha, presidente da SBIm; Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da SBP e diretor da SBIm; Patrícia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta; e François Uwinkindi, médico epidemiologista, que atuou na coordenação do bem-sucedido programa de imunização de meninas em Ruanda, na África.

“A população sempre esteve ávida pela descoberta de uma vacina contra o câncer e não se atenta que já existe uma para vários tipos de tumor e, além de tudo, é oferecida gratuitamente pelo nosso PNI (Programa Nacional de Imunização). A vacina HPV é capaz de proteger contra várias doenças causadas pelo vírus, como verrugas genitais, câncer de vulva e vagina, de pênis, ânus, orofaringe e boca”, destaca, em nota, Marlene Oliveira, presidente do LAL e idealizadora da campanha.

Na sexta-feira, 10, o instituto ainda promove, em parceria com o Santuário Cristo Redentor, a iluminação do monumento, no Rio de Janeiro (RJ), para marcar o início das ações e divulgar sua proposta de criação do Dia Nacional de Luta Contra o HPV.

A ação “Câncer por HPV: o Brasil pode ficar sem”, conta com a parceria de organizações científicas e de comunicação, como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), revista Pais & Filhos e Instituto Palavra Aberta, criador do Educa Mídia.

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