Quilombo vive luto e medo após assassinato de Mãe Bernadete

Da Redação

Chovia muito, na última quinta-feira, 17, em Simões Filho, enquanto Joaquina (nome fictício) assistia televisão com o marido em casa. Em meio ao volume do aparelho e o ruído na chuva forte, ela ouviu um barulho alto na rua. “Na hora achei que fosse o vento, mas meu marido baixou o som da televisão e disse que parecia tiro. Um pouco depois ouvimos os gritos”, conta.

Os gritos eram do neto de Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares: a avó havia sido alvo de 20 tiros dentro da própria casa e ele gritava por ajuda.

Mãe Bernadete é a 11ª liderança quilombola baiana morta em 10 anos, aponta a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).