Até o final deste ano, os tubos de canalização de gás natural estarão disponíveis para residências na Barra, Graça, Canela e Corredor da Vitória. Em todo o estado, o serviço já está disponível em mais de 50 mil imóveis, quase sempre em construções recentes que já estão aptas a receber as linhas de distribuição.
O gás natural canalizado pode ser utilizado em substituição ao gás de cozinha e para o aquecimento de água, saunas e churrasqueiras, em residências, além da climatização de grandes empreendimentos, como shoppings.
"O gás natural representa, em média, uma economia de 25% em relação ao GLP (gás de cozinha vendido nos botijões), e nas contas de eletricidade pode haver uma redução de até 40%", afirma a gerente comercial da Bahiagás, Luciene Lopo.
Síndico de um prédio no Rio Vermelho que utiliza gás natural, o administrador de empresas Gutemberg Cerqueira Vitória não percebe uma economia tão grande nas contas, mas gosta da praticidade. "É bom não ter que ficar trocando botijão, verificar se está vazando e nem ter a preocupação de que o gás acabe durante a preparação da comida", afirma.
Amélia Loyola de Oliveira, que é síndica de um edifício no Caminho das Árvores, usa o gás natural na cozinha há três anos e enxerga uma economia desde que passou a utilizar o produto. "Eu cozinho o tempo todo e a conta sai bem menos do que eu pagava em um botijão", diz.
Outra vantagem observada pela síndica é que suas panelas não ficam mais com o fundo escurecido, como acontecia quando o botijão estava perto de se esvaziar e as chamas mudavam de cor.
Apesar da comodidade, Amélia afirma que só usa gás natural porque mora em um edifício. "Se eu morasse em casa e tivesse que fazer uma ligação para minha residência, teria medo. A gente vê essas coisas que acontecem no Rio (Rio de Janeiro) e fica assustada", diz Amélia, referindo-se a explosões de bueiros registradas naquela cidade. Os casos ocorridos no Rio, entretanto, estavam ligados a falhas nas instalações da companhia de energia elétrica.
Licenciamento
Em Salvador, a Bahiagás atende a 23 áreas: Pituba, Caminho das Árvores, Itaigara, Imbuí, Patamares, Piatã, Cidade Jardim, Candeal, Horto Florestal, Brotas, Costa Azul, Stiep, Jardim de Alah, Rio Vermelho, Parque Júlio César e Ondina. No Campo Grande, há um tramo que abastece o Sheraton da Bahia Hotel.
A gerente comercial Luciene Lopo afirmou que em Salvador há mais de quatro mil clientes aguardando para que seus imóveis recebam o encanamento de gás natural. "O problema é que a prefeitura tem demorado até oito meses para conceder a licença para fazermos as obras", declara.
Amélia Loyola já usa o gás canalizado há três anos (Foto: Joá Souza | Ag. A TARDE)
A licença do Poder Executivo municipal depende da autorização de diferentes secretarias. Em resposta unificada enviada para A TARDE, a Secretaria de Comunicação (Secom) informou a posição de cada órgão.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) informa que o licenciamento para a Bahiagás é gerado em até dez dias. A Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) esclarece que não houve nenhum atraso na obtenção de licenças à Bahiagás neste ano. A Seinfra também esclarece que os pedidos de licença são prontamente analisados e liberados quando chegam à prefeitura, num prazo médio de 20 dias. A Transalvador informa que a tramitação interna dos processo de licença não demora mais de sete dias.
Segundo a prefeitura, o que tem atrasado as licenças é que a Bahiagás protela o pagamento de preço público (taxa) e dos custos de sinalização do serviço, como contratação de empresas de painéis e de monitores, que devem orientar o trânsito na obra.