Seis pessoas morreram e oito ficaram feridas após o rompimento de parte da geleira de Marmolada, a maior da cadeia montanhosa das Dolomitas, nos Alpes italianos. O número de vítimas ainda é incerto. A porta-voz dos serviços de emergência, Michela Canova, informou que o balanço "ainda era provisório".
Dois dos feridos foram transferidos para o hospital Belluno, um para Treviso e cinco para Trento, disse a porta-voz, sem fornecer mais detalhes sobre a nacionalidade das vítimas. O chefe da Defesa Civil da província de Veneto, Gianpaolo Bottacin, informou no Facebook que também havia desaparecidos. O chefe de governo italiano, Mario Draghi, enviou condolências às vítimas e seus familiares.
A principal suspeita é de que o desabamento tenha sido provocada pela variação climática no local, e grande visitação turística. A avalanche ocorreu um dia depois que temperaturas recordes de 10°C foram atingidas no topo da geleira.
O rompimento "é uma consequência das condições meteorológicas atuais, ou seja, um episódio de calor precoce, que coincide com o problema do aquecimento global", disse à AFP o professor Massimo Frezzotti, do departamento de ciências da Universidade de Roma.
Segundo Renato Colucci, especialista em geleiras citado pela agência italiana AGI, o fenômeno “se repetirá”, uma vez que, “há semanas, as temperaturas nas alturas dos Alpes encontram-se bem acima dos indicadores habituais”. O local onde parte da geleira se rompeu fica perto de Punta Rocca, no caminho que costuma ser usado para alcançar o topo.
Segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgado em 1º de março, o derretimento do gelo e da neve é uma das dez principais ameaças causadas pelo aquecimento global, que vai perturbar ecossistemas e ameaçar infraestruturas.