Uma comitiva oficial do governo federal de 69 pessoas foi enviada para Dubai e liderada pelo secretário de Pesca, Jorge Seif, que tem categorizado a viagem como um "trabalho-passeio", "top demais". A questão é que de acordo com levantamento feito pelo jornal O GLOBO, a diversão custará no mínimo R$ 3,6 milhões aos Executivo.
O grupo foi enviado para a cidade dos Emirados Árabes para participar da Expo Dubai 2020, um megaevento de negócios ligados a tecnologia e o turismo. Até o momento, apenas em passagens aéreas e diárias para membros de nove ministérios e da Vice-presidência, foram gastos R$ 1,17 milhões de acordo com dados registrados no Painel de Viagens do Ministério da Economia.
O gasto em diárias permitido pela legislação, e que não ainda não teve registros nos Portais de Transparência, é de US$ 300 e US$ 350 para uma viagem aos Emirados Árabes. Com o câmbio atual, é um gasto de R$ 1.652 a R$ 1.927 por dia por pessoa.
Para efeito de comparação, a comitiva tem 24 pessoas a mais do que a que foi enviada em setembro para a Assembleia Geral da ONU. Na ocasião, os gastos totais com o custeio da viagem dos 45 integrantes do grupo foi de R$ 1,1 milhão.
Sem licitação
A Embratur, responsável pela promoção do turismo brasileiro no exterior, gastou mais de R$ 3,6 milhões em ações de divulgação durante a Expo Dubai 2020.
De acordo com publicação no Diário Oficial da União, foram gastos, sem licitação, R$922 mil com material promocional; R$ 50 mil com uma réplica do Cristo Redentor; R$ 380 mil com apresentações de "cunho artístico"; e R$ 2,3 milhões para a montagem da exposição e do pavilhão brasileiro, cujo tema é floresta amazônica.
O ministro titular da pasta, Gilson Machado, é um dos presentes na comitiva e afirmou que o evento, que vai até março de 2022, é o “maior evento do mundo sobre países” e que serve como um espaço para reuniões com “empresários e potenciais investidores”. O vice-presidente Hamilton Mourão também esteve presente na exposição.
Neste mês, o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI) enviará uma comitiva de ao menos 24 pessoas, incluindo o ministro Marcos Pontes, que pode cair até lá por conta das críticas que tem feito ao corte que sua pasta sofreu a pedido do Ministério da Economia.
Os ministérios de Comunicações, Economia, Meio Ambiente, Minas e Energia, Infraestrutura, Agricultura e Secretaria-Geral da Presidência também enviarão comitivas para a feira.