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Filha de bailarino revela "alívio" com condenação de assassino

Gerfferson do Nascimento Oliveira matou Ajax Gonçalves Viana em dezembro de 2020

Publicado quarta-feira, 10 de abril de 2024 às 11:59 h | Atualizado em 10/04/2024, 13:21 | Autor: Pevê Araújo
Condenação foi assinada após quase quatro anos do assassinato
Condenação foi assinada após quase quatro anos do assassinato -

Após quase quatro anos do assassinato do bailarino e coreógrafo do Balé do Teatro Castro Alves, Ajax Gonçalves Viana, Gerfferson do Nascimento Oliveira foi condenado, nesta terça-feira, 10, a 14 anos de prisão. Em julgamento que durou mais de 15 horas, foi constatado que o crime foi qualificado por motivo torpe e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

O Portal A TARDE conversou com a filha do bailarino, Marilia Gabriela Rêgo Vianna, de 42 anos. Ela revelou que teve um dia intenso com o julgamento, mas que o resultado da Justiça representou uma vitória para ela, para a família e também para a sociedade quatro anos depois do crime.

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"Ontem foi decidido que o acusado de fato é o assassino do meu pai, que ele matou meu pai por motivo torpe e de modo que dificultou a defesa de meu pai. Foi um dia intenso, 16 horas de julgamento, um dia que a gente precisou reviver muitas memórias, muitas histórias, ouvir também muitas inverdades", iniciou Marilia.

"Ontem foi tentado tornar o assassino a vítima e culpar a vítima pela sua morte, mas foi uma vitória. Eu consegui, o Ministério Público conseguiu, o meu advogado, minha família, a sociedade conseguiram uma resposta. Uma resposta de que as vítimas não são culpadas", completou a filha do bailarino.

O crime cometido por Gerfferson do Nascimento Oliveira foi agravado ainda por Ajax Gonçalves Viana ter mais de 60 anos na época. O bailarino foi encontrado morto no apartamento onde morava, no bairro da Pituba, em Salvador. A condenação cabe recurso e o réu responde o processo em liberdade.

"Uma pena embasada na lei, ele saiu pela mesma porta que eu. Ele responde o processo em liberdade e responderá também até o prazo do recurso. A nossa lei diz isso e cabe a nós respeitar a decisão judicial baseada na lei. Eu não tenho um sentimento de justiça porque eu não creio que as nossas leis possam trazer justiça, eu tenho um sentimento de alívio, de paz, de ponto final, de saber que eu, enquanto filha, com toda dor que passei, eu pude honrar o meu pai", disse Marília.

Gerffeson confessou o crime voluntariamente e chegou a ser preso em flagrante, ficando detido por 10 meses. Em seguida, o homem foi liberado para responder ao julgamento em liberdade. Marilia contou ao Portal A TARDE que precisou ter coragem para lutar por justiça pelo pai, sem carregar a dor da revolta.

"Eu optei ao invés de me revoltar e carregar dentro de mim essa dor de revolta, em focar na coragem. Foi coragem que eu precisei ter para continuar vivendo e coragem para defender o nome de meu pai. Eu estou agradecida por esse agradecimento e agora na expectativa da lei continuar sendo cumprida. É uma consequência das escolhas dele, não é responsabilidade minha, não é responsabilidade de meu pai, como tentaram impor, é uma responsabilidade dele, das escolhas dele", finalizou.

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