NEGLIGÊNCIA
Com pouca vacina, crianças são expostas a nova variante da covid-19
Ministério da Saúde não acelera vacinação de crianças de seis meses a menores de três anos
![A vacina para essa faixa etária foi autorizada pela (Anvisa) desde o dia 16 de setembro](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1210000/1200x720/Artigo-Destaque_01211727_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1210000%2FArtigo-Destaque_01211727_00.jpg%3Fxid%3D5622368%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1720563549&xid=5622368)
Novas subvariantes da ômicron tem causado auimento de casos de covid-19 em todo o Brasil, o que leva as pessoas a retomarem o uso de máscaras e procurarem dosos de reforço da vacina contra a doença. No entanto, as crianças de seis meses a menores de três anos ainda não contam com vacinação em massa por negligência do Ministério da Saúde.
A Bahia recebeu, na última quinta-feira, a primeira remessa, com 70 mil doses, de vacinas da Pfizer BioNTech, para crianças de seis meses a menores de três anos que devem ser destinadas, prioritariamente, para crianças com comorbidades, mas não exclusivamente para esse grupo. Vale lembrar que a vacina para essa faixa etária foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde o dia 16 de setembro.
Na avaliação do Conselho Estadual de Saúde considera esse quantitativo insuficiente, se baseando no fato de que a Bahia tem cerca de 488.970 crianças nessa faixa etária. Além disso, as vacinas são destinadas para atendimento também das duas outras doses que completam o esquema vacinal: duas doses iniciais devem ser administradas com quatro semanas de intervalo, seguidas por uma terceira dose administrada pelo menos oito semanas após a segunda dose para esta faixa etária.
"O pior de tudo é que temos cobrado muito. São 70 mil doses que temos que dividir por três e isso já é um recado que não há uma previsão do envio de novas doses. Isso é desestímulo à vacinação das crianças principalmente nesse cenário de uma nova onda. Nesse momento, ao invés de estamos a todo vapor na vacinação das crianças, não estamos entrando com um quantitativo maior. O Ministério da Saúde sempre dá várias desculpas, em uma demonstração do que tem sido esse governo que ainda está aí e não tem compromisso com a vida das pessoas", disse o presidente do Conselho Estadual da Saúde, Marcos Sampaio, em entrevista ao Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM.
O presidente ainda reforça que essa incerteza da chegada de novas doses é o que desestimula o interesse na vacinação e faz um apelo sobre a necessidade de mais doses. "A vacina para crianças não é uma escolha. Está lá no Estatuto da Criança e do Adolescente que a criança tenha acesso a isso. Agora sem o imunizante disponível os pais são desestimulados. O negoacionismo também é muito grande e muita gente acredita em mentiras, que a criança vai passar mal e morrer. A vacina salva vida das pessoas".
Um grupo de cientistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) identificam o surgimento de uma nova variante da ômicron no Amazonas. Chamada de BE.9, a mutação é uma sublinhagem da cepa BA.5, já conhecida. Especialistas afirmam que novos casos começam a surgir Brasil afora, o que reforça o discurso, no qual diz, que a pandemia não acabou.
"O que tem que ficar claro para a população é que o vírus vai continuar circulando e como a gripe teremos casos sempre. As pessoas estão assustadas porque tinha baixado muito. Se na Bahia estavam tendo 50 casos por dia e passam para 500, as pessoas se assustam. Mas isso é esperado. A população está vivendo normalmente, se aglomerando.O vírus vai continuar sofrendo mutações e o que eu defendo agora é que possamos ter uma vacina nova, com esse vírus ômicron e suas variantes", apontou o virologista, Gúbio Soares, ao Isso é Bahia".
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