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Por Jornalista l [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado Saturday, 21 de January de 2017 às 10:09 h | Autor: Jornalista l [email protected]

Em seu devido lugar

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A não ser pela tradição, o Baianão pouco soma a Bahia e Vitória, tanto do ponto de vista técnico quanto financeiro
A não ser pela tradição, o Baianão pouco soma a Bahia e Vitória, tanto do ponto de vista técnico quanto financeiro -

Há anos critico aqui a postura da dupla Ba-Vi em relação ao calendário do 1º semestre do futebol nacional. Além de sempre terem pisado em ovos na luta pela volta do Campeonato do Nordeste, tricolores e rubro-negros costumam dar ao Baianão muito mais importância do que ele, de fato, tem. Assim, fiquei realmente surpreso com a decisão do Bahia em priorizar o Nordestão em relação ao estadual, disputando boa parte dos jogos com um time formado por reservas.

A não ser pela tradição (que tem lá seu valor, concordo), o Baianão não soma mais nada à Bahia e Vitória, tanto do ponto de vista técnico quanto financeiro. A receita gerada pelo Estadual (cerca de R$1,5 milhão, com bilheteria) não chega sequer a 2% do orçamento anual do Leão ou do Esquadrão. Já medir forças contra equipes pouco estruturadas e de elencos limitados, atuando em gramados de baixíssima qualidade, em quase nada ajudam como preparação para encarar mais tarde o Campeonato Brasileiro, seja da Série A ou B.

Assim, não faz mesmo sentido desgastar seu plantel com viagens e em campos sem condições de jogo por um torneio sem premiação a altura do peso dos dois clubes. Só a título de comparação, o Paulistão divide um total de R$ 160 milhões para seus 20 participantes, com R$ 17 milhões para cada um dos quatro 'grandes' e o mínimo de R$ 3,3 milhões para os 'menores'. No Rio de Janeiro, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo ganham R$ 15 milhões cada, com o mínimo para cada ‘pequeno’ de R$ 2,1 milhões.

O Campeonato Baiano distribui apenas R$ 2,7 milhões para seus 11 componentes, com cerca de R$ 1 milhão para cada membro da dupla Ba-Vi. Veja quão gritante é a diferença para os também polarizados Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Grêmio e Inter recebem R$ 11 milhões cada, com o mínimo de R$ 1,1 milhão para os ‘pequenos’, enquanto Cruzeiro e Atlético-MG ganham R$ 12 milhões, o América-MG leva R$ 2,8 milhões, com R$ 850 mil para os demais clubes.

Não fosse por conta das vagas na Copa do Nordeste (com R$ 18 milhões em receita de tevê para 20 clubes), provavelmente Bahia e Vitória já teriam, há algum tempo, uma postura mais relaxada com o Baianão. Não é o caso de simplesmente abandoná-lo – já disse que há um valor importante em sua tradição, é só olhar a prateleira de troféus da dupla Ba-Vi –, mas de colocá-lo em seu devido lugar, ao menos enquanto ele não é valorizado como produto e gere mais receita ou um nível de competitividade melhor.

Por tudo isso, aplaudo a decisão do Bahia. Deveria ser seguido pelo Vitória por aqui e, em seus respectivos estaduais, por todos os outros grandes times que disputam o Nordestão. Só espero que sua diretoria seja capaz de assumir a pressão que sofrerá de imprensa e torcida em caso de fracasso, mantendo o planejamento para a temporada, sem condenar a comissão técnica e atletas por maus resultados.

*Com informações de reportagem do jornalista Cassio Zirpoli , do blog ‘esportes’, do Diário de Pernambuco

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