Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > ACRÉSCIMOS
COLUNA

Acréscimos

Por Jornalista [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado Monday, 02 de January de 2017 às 18:32 h | Autor: Jornalista [email protected]

Não sabia, Não. Agora Sei.

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
No futebol, há em quase todos os momentos de gol um lance ‘gatilho’. No Vitória, ele se chama Marinho
No futebol, há em quase todos os momentos de gol um lance ‘gatilho’. No Vitória, ele se chama Marinho -

No início de 2015, meu amigo Harlei, morador de Fortaleza e torcedor do Ceará, garantiu para mim que seu time tinha o melhor jogador do Nordeste, e que ele ainda era banco. Minha primeira reação, claro, foi rir, apesar de ele ter dito isso com toda seriedade do mundo e sem uma gota de cerveja na cachola. Como assim ele era reserva e era o ‘ban-ban-ban’? Ele respondeu: “É só uma questão de tempo, aguarde”.

Passadas algumas rodadas, a profecia do meu bróder virou realidade. O tal cara não só havia assumido a titularidade do Vovô, como passou a ser protagonista de tudo de melhor que sua equipe produzia. Dois meses depois de nosso papo, Marinho marcava um golaço contra o Vitória, no Barradão, e sofria um pênalti para colocar o Ceará na final da Copa do Nordeste.

Lembro-me de contar essa história ao também colunista de A TARDE e companheiro de edição, Daniel Dórea, assim que o juiz finalizou o jogo, que terminou em 2 a 2. Concordamos que o cara era ‘meio doidinho’, mas que nem Bahia nem Vitória tinham sequer alguém parecido no ataque para fazer frente a ele (e olhem que Kieza estava em grande fase no Tricolor). Um ano e meio depois, vejo que nossa avaliação foi equivocada ou, ao menos, negligente. Na verdade, Marinho não era melhor apenas que todos os jogadores dos elencos da dupla Ba-Vi naquela época. Desde Uéslei (98-99) e Petkovic que os gramados baianos não recebem um atleta tão diferenciado.

Mas Marinho não faz valer seu futebol apenas pela habilidade e velocidade descomunais. Quantos jogadores, com a qualidade e importância que ele passou a ter para o clube, foram capazes de se doar de maneira tão intensa a um time brigando para não cair para a 2ª Divisão? Alguém lembra nos últimos tempos de algum atleta do Leão com um carisma tão peculiar e sincero, sem cheiro de marketing? De alguém tão destemido com a bola nos pés?

Numa temporada tão fraca para o nosso futebol baiano, o talento de Marinho em campo foi talvez o grande alento para quem quer algo mais do que apenas torcer por seus clubes. E é uma pena pensar (e quase ter a certeza) que em 2017 ele não estará por aqui para dar o ar de sua graça.

Hoje, o Vitória - e esse é também o caso do Bahia - não tem condições de mantê-lo, apesar do contrato até o fim de 2018. O abismo que o separa dos demais companheiros é gritante demais. No Leão, Não há mais o que progredir e nem voos mais altos a alçar. E, aos 28 anos, ele ainda tem campo para melhorar, sobretudo se tiver uma estrutura coletiva melhor como suporte. Enquanto nosso pobre futebol não pode dar isso a ele, nada mais justo que não cortem suas asas. Daqui, com certeza, ficará apenas a torcida por seu sucesso, de preferência em solo brasileiro.

2017

E aí, prontos para mais um ano de um tedioso campeonato baiano, eliminações nada tardias na Copa do Brasil e um Brasileirão de sufoco para não cair? Não?!!! Bem, se você acha isso mesmo, torça comigo para que o acaso faça de Bahia e Vitória o Botafogo de 2016.

De alento fica que, fora de campo, a dupla Ba-Vi me parece em boa direção, pronta para o futuro. Enquanto ele não chega, porém...

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco