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Por Da Redação

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ACERVO DA COLUNA
Publicado Tuesday, 26 de December de 2023 às 0:00 h | Autor:

A infância ultrajada

Trabalho infantil avançou de 2019 a 2022

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Em 2022, 1 milhão e 800 mil pessoas de 5 a 17 anos viviam em situação precária
Em 2022, 1 milhão e 800 mil pessoas de 5 a 17 anos viviam em situação precária -

Entre as crueldades cometidas, desde Herodes, o abandono da infância disputa com favoritismo o topo da imoralidade, como se observa na constatação do avanço do trabalho infantil de 2019 a 2022: os anos perdidos.

Os dados confiáveis são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; no ano passado, 1 milhão e 800 mil pessoas de 5 a 17 anos em situação precária de carregar o mundo às costas, embrutecendo pequenos atlas fora da escola.

O cenário prenhe de estupidez foi desvelado agora pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, provisoriamente desmontada, mas agora em plena recuperação, a mostrar o quanto o Brasil recuou e luta firme pela reabilitação.

É possível também formular a hipótese de a legislação ser insuficiente para deter o escabroso acinte, indicando a importância do investimento em políticas públicas visando reverter o abuso contra quem tem menores oportunidades.

O número poderia ultrapassar os 2 milhões não fossem as delimitações impostas pela lei, pois se até os 13 anos, é proibida qualquer prestação de serviço, a partir desta faixa etária ocorre a figura do “aprendiz”, muitas vezes um disfarce.

Como agravante, a adolescência forçosamente laboral enfrenta as restrições do emprego precoce em áreas insalubres, ao executar tarefas perigosas e adquirindo hábitos noturnos tantas vezes transformados em maus costumes.

Embora não se revele nas planilhas, a utilização da prole para fins de complemento orçamentário vem escamoteada por argumentos falaciosos, como os de precisar-se “educar” cedo para o batente tido como necessário.

O combate a esta ignomínia recupera, em contrapartida, a arte de cuidar de quem nasce e cresce em um país, cuja economia está de volta às dez maiores do mundo, embora as desigualdades sociais o rebaixem a uma quarta divisão.

As condições mínimas de sobrevivência, com a oferta de benefícios emergenciais, estão entre os antídotos para estancar o sofrimento, enquanto os mecanismos de prevenção e repressão ajudam a limpar esta nódoa infame.

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