O enigma dos cabos
Confira o Editorial do Grupo A TARDE deste domingo
![Localizar receptadores pode não ser tarefa tão difícil](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1250000/724x500/O-enigma-dos-cabos0125859800202402110826-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1250000%2FO-enigma-dos-cabos0125859800202402110826.jpg%3Fxid%3D6111723%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1719528729&xid=6111723)
O furto de cabos que compromete o funcionamento de sinaleiras, internet e sistema metroviário inspira solucionar um enigma para a Inteligência policial, pois se há quem cometa este crime, é porque também existe quem compre o produto.
Localizar receptadores pode não ser tarefa tão difícil quanto manter policiamento ostensivo em cada trecho onde passa o equipamento, uma vez ser impossível organizar tal esquema de plantão, devido à desproporção flagrante.
É uma questão conhecida de controle da carga: não há homens suficientes para vigiar cada metro, portanto é o caso de a capacidade ser fragorosamente inferior à demanda, exigindo, assim, o uso do cérebro para raciocinar respostas.
Outra possibilidade, não para um leigo, mas o profissional de segurança, é organizar um cadastro com possíveis trapaceiros, ou tê-lo a um comando do celular para identificar reincidentes, investindo nas suas trilhas preferenciais.
Em vez de deixar acontecer o delito, o serviço de investigação poderia antecipar-se, ao conhecer os habituais sujeitos da compra e venda ilegais, mas quem pode dizer a última palavra sobre o assunto é o próprio homem da lei.
A quem interessa adquirir os fios de cobre, afanados de equipamentos de ordenamento de trânsito, e se os larápios agem tão frequentemente, não seria o caso de pensar em alternativa capaz de substituir o método já antiquado?
A troca por outros tipos de materiais condutores e a vigilância eletrônica podem ser opções paliativas das empresas enquanto não se consegue decifrar esta esfinge soteropolitana, considerando os problemas sociais motivadores desta modalidade de desvio.
Recentemente, a linha 2 do Metrô, por conta de subtração ocorrida no trecho Imbuí–Pernambués, precisou ter a velocidade reduzida, em ocorrência não-rara, produzindo prejuízos aos usuários.
Mesmo raciocínio pode ser aplicado às fibras ópticas, vez ou outra levadas com alta probabilidade de revenda, cabendo aqui uma metáfora muito conhecida do futebol, “marca-se o homem, não a bola”.