Mandetta, o que caiu porque deu certo. É Bolsonaro na contramão

Deputado federal pelo DEM do Mato Grosso, no segundo mandato, Luiz Henrique Mandetta ganhou lugar de destaque na história da República: foi o único ministro que caiu porque, diante de uma crise grave, agiu certo.

Já viu isso? Na era Bolsonaro tem. Mandetta é o sexto ministro a cair, mas, no caso em apreço, a derrota é para o próprio Bolsonaro, que consagra outro princípio já anotado pelo mundo político, a total falta de lealdade com os que foram leais a ele de primeira hora. Ganhou um panelaço pela demissão.

Fala Neto — Presidente nacional do DEM, ACM Neto saiu em socorro do amigo. Qualificou o trabalho dele como exemplar, conduzindo o combate ao corona conforme os rigores científicos (tudo que Bolsonaro não quer). E assinalou:

– Não temos dúvidas de que Mandetta ainda contribuirá muito para a vida nacional.

Nos bastidores, a coisa fervilha muito mais. Dizem que Bolsonaro joga um jogo perigoso, mexe num time que está ganhando, num jogo de vida ou morte literalmente. E isso pode lhe custar caro, até porque ele não tem o direito de usar o poder para atentar contra a segurança da saúde pública.

Se diz é que Bolsonaro começou a descer a ladeira num caminho sem volta. Chuta os políticos (até os amigos próximos), está sem partido e agora assume uma postura contrária ao sentimento coletivo mundial, e também o nosso. Do jeito que vai, em 2022 estará do tamanho exato do Gabinete do Ódio.

Eunápolis e a Prosegur

Definitivamente a Prosegur, empresa de segurança de valores, instalou-se em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, e virou um calo da pesada na vida da cidade.

Em março do ano passado foi alvo de um assalto de intensa repercussão que custou a vida de um vigilante e muito alarido na população.

E ontem veio a confirmação dos quatro primeiros casos de Covid em Eunápolis: todos vigilantes da Prosegur. Importaram o vírus.

Celebração da vida

Internado na UTI do Hospital da Santa Casa de Itabuna desde o dia 24 de março, o ex-deputado Augusto Castro permanece lá, mas já respira sem ajuda de aparelhos. A notícia foi dada pela esposa dele, Andréa Simas, pelo Instagram.

– Ainda na intensiva para estabilizar, mas depois de 24 angustiantes dias, e respirando sem aparelhos, agora falta pouco para celebrarmos novamente a sua vida.

Ela se tratou em casa. E a filha do casal deu negativo.

Calamidade já vale para 333

Os 66 novos decretos aprovados ontem, somados aos 267 votados antes, querem dizer que 333 dos 417 municípios baianos estão oficialmente em estado de calamidade. A Covid só chegou a 83 municípios. Para esses, a lei fica valendo até dezembro; onde não chegar, 90 dias. Nelson Leal (PP), presidente da Alba, diz que mesmo quem não tem casos de corona deve prevenir-se:

– Não vai ser por falta de ferramenta que os prefeitos deixarão de trabalhar.

Na Alba, a crise de fora leva ao climão de dentro

O projeto que redefine o teto das chamadas ‘Pequenas obrigações’, baixando de 20 para 10 salários mínimos o valor para o Estado pagar, sem precatório, causas ganhas contra o Estado, sobreviveu ao clima amistoso entre governo e oposição na Assembleia.

No acordo, respeitam-se os 20 mínimos para os casos já transitado em julgado e para quem tem doenças graves, como câncer.

As negociações, todavia, não envolveram Hilton Coelho (PSOL). Habituado a votar contra todo projeto que o governo manda desde que assumiu o mandato, ele até tinha dado uma trégua nestes tempos de corona, votando a favor das iniciativas governamentais, mas ontem voltou ao normal.

– Não vou ficar contra os trabalhadores.

REGISTROS

Fligê adiada

No turbilhão de vítimas importantes como as Olimpíadas de Tóquio e o São João do Nordeste, o corona leva também a Fligê, uma das mais importantes feiras literárias baianas, que aconteceria de 13 a 16 de agosto em Mucugê e foi adiada para novembro. E será que vai dar?

Ciência na crise 1

A ABM Apoio Científico está revisando gratuitamente artigos científicos relacionados à Covid-19, e também síndrome respiratória aguda grave (Sars), além de elaborar a carta de apresentação e fazer a submissão do trabalho. É um jeito de ajudar na crise.

Ciência na crise 2

De quebra, o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Letras (Nupel), do Instituto de Letras da Ufba, como parceiro, também está fazendo grátis a tradução desses mesmos artigos para publicação em meios internacionais.

Moraes Moreira

Além da Concha Acústica na Praça Castro Alves com o nome, Moraes Moreira também vai ganhar um circuito, entre a Rua Chile e o fim da Carlos Gomes, passando pela Castro Alves. O projeto é da vereadora Aladilce Souza (PCdoB).