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16/11/2021 às 6:00 - há XX semanas | Autor: Júlia Lobo*

LITERATURA

Flipelô começa nesta quarta com homenagem a Graciliano Ramos

Letreiro e Fundação Casa de Jorge: tudo pronto | Foto: Leto Carvalho | Divulgação
Letreiro e Fundação Casa de Jorge: tudo pronto | Foto: Leto Carvalho | Divulgação -

“Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano”. Não há frase melhor do que esta para representar os baianos saudosos pela folia de Salvador, mesmo que, ao contrário do que ela diz, já não temos mais tanta certeza. Também seria muito difícil para o autor dela, o escritor Graciliano Ramos (1892-1953), prever uma pandemia que afetaria todos os nossos costumes.

Graciliano poderia não saber do futuro, mas sabia escrever sobre os nordestinos como ninguém. O autor do célebre romance Vidas Secas (1938) é o homenageado da 5ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), que começa amanhã, 17, e vai até domingo (21).

Desde a primeira produção, o evento, que é de correalização da Fundação Casa de Jorge Amado e Sesc, consagra escritores que mantinham uma relação com Jorge Amado. O baiano nutria grande admiração pela obra e personalidade do alagoano e, junto com ele, fez parte do modernismo brasileiro, movimento literário do período de 1930 a 1945.

“Essa geração de 30 quebrou paradigmas na literatura, trouxe o povo para as obras de uma forma especial, forte e emblemática, mostrando as mazelas e belezas do povo brasileiro. Especialmente as do Graciliano, com o povo nordestino. É muito bom trazer a tona a obra e a vida para os mais jovens que não tiveram como acompanhar, e como festa literária que somos temos que trazer a literatura na cabeça do evento, e trazer com o Graciliano é muito significativa”, diz a diretora da Fundação, Angela Fraga.

Em 2020, a programação mais reduzida homenageou o Pelourinho e foi realizada de forma totalmente virtual. Desta vez, ela está composta por atividades híbridas, presenciais e transmitidas digitalmente, como palestras, mesas de debate, oficinas formativas, apresentações musicais e atividades para o público infantil. Uso de máscaras e distanciamento social são obrigatórios.

Nesta quarta-feira, dia de abertura, a Festa começa às 18h, com a exibição de um vídeo documentário sobre o encontro de Graciliano e Jorge, protagonizado pela neta do alagoano, Beth Ramos, e o ator Harildo Deda. Apresentado na Praça Pastores da Noite, pode ser visto presencialmente ou através do canal da Flipelô no YouTube, onde serão transmitidas outras atividades preparadas para o digital.

“A gente está num processo de transição e a pandemia nos mostrou que o formato digital precisa existir, até para dar acesso a pessoas que não podem vir, ou que estejam em outras cidades, até mesmo outros países, que querem ter acesso ao conteúdo. E porque a gente não pode lotar os espaços como antes”, explica Angela.

Como exemplo de atrações que terão lotação limitada está a apresentação musical do cantor Jau, que acontecerá logo após o documentário e no mesmo local, às 19h. O repertório será customizado a partir do conceito do evento e quem não conseguir entrar pode assistir do lado externo, onde haverá transmissão, ou no YouTube.

Para todos os gostos

Mesmo com identidade visual e conceitual construídas em torno da obra e vida de Graciliano Ramos, os temas das atividades serão diversos. Além de palestras e debates sobre literatura com escritores de vários lugares do mundo, como Equador, Porto Rico, México e Angola, acontecerá encontros sobre histórias em quadrinhos (HQs), cordel, oficinas de libras, audiodescrição e criação literária.

Para a criançada, espetáculos e contação de histórias que serão exibidos no canal de Youtube da FLIPELÔ, e recitais de poesia, lançamentos de livros infantis, espaço das editoras baianas. Também contará com apresentações especiais em comemoração ao Dia da Consciência Negra, como a roda de conversa Reconexões Transatlânticas - A Casa do Benin em Memórias do Afrofuturo, quinta-feira, às 11h. A programação completa está disponível no site da Flipelô (www.flipelo.com.br).

Além disso, artesanato e culinária marcarão presença. Nesta edição, a Rota Gastronômica Amados Sabores, que vai do Largo do Cruzeiro de São Francisco até o Largo de Santo Antônio, reuniu 29 restaurantes e bares do Centro Histórico para criar pratos dentro da temática “Amado Sertão - Comida Sertaneja da Bahia”, inspirados pelo livro do falecido escritor e engenheiro Guilherme Radel.

A Festa Literária, além de trazer à tona o movimento cultural no Pelourinho após quase dois anos de reclusão por conta da Covid-19, retoma o aspecto social e econômico do local. A literatura deixa de ser apenas um espaço de conhecimento e lazer, para se tornar um convite aos soteropolitanos para colocar o Pelô no cotidiano.

“Acho que a arte, a literatura, a cultura, salvou um pouco a gente na pandemia, porque era o que a gente tinha em casa para se distrair, trabalhar. E a Flipelô não é só um evento literário, mas também fomenta o comércio, as lojas, os restaurantes, e a própria comunidade abraçou o evento, porque eles percebem que traz gente que não tem o hábito de vir, para conhecer, com a possibilidade de retornar e frequentar”, compreende a diretora da Fundação.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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