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03/02/2022 às 22:05 • Atualizada em 03/02/2022 às 22:38 - há XX semanas | Autor: AFP

POBREZA E DROGAS

Cocaína adulterada mata 22 e expõe tamanho do consumo argentino

Alguns consumidores morreram de parada cardíaca súbita e vários em suas próprias casas

O tráfico e o consumo de drogas na Argentina foram cruamente expostos por uma intoxicação em massa com cocaína adulterada, que causou 22 mortes na periferia de Buenos Aires, uma emergência que autoridades consideraram controlada nesta quinta-feira, 3.

"Teria sido uma tragédia maior" se não tivesse sido apreendida "uma grande quantidade" de cocaína aparentemente misturada com um opiáceo, disse Carlos Bianco, chefe de gabinete da província de Buenos Aires.

O secretário provincial da Saúde, Nicolás Kreplak, afirmou que pontos de venda da droga foram desmantelados e “20 mil doses foram confiscadas”.

Um porta-voz do Ministério da Segurança da província disse à AFP que o produto causou ao menos 22 mortes. Além disso, 20 pacientes permanecem internados com assistência respiratória mecânica. Mais de 80 pessoas foram hospitalizadas nas últimas 24 horas, em hospitais do oeste e norte da Grande Buenos Aires.

O suposto chefe, Joaquin Aquino (33 anos), e outros membros da quadrilha acusada pela adulteração foram presos na madrugada desta quinta-feira.

Em frente ao Hospital Bocalandro, na periferia, onde estão os intoxicados, uma mãe, que se identificou apenas como Sandra, por medo de represálias dos narcotraficantes, declarou à AFP: "Estou aqui apoiando meu filho de 28 anos, de todo o coração. "É um bom filho. É metalúrgico, mas é dependente químico. Não sei como ajudá-lo. E moramos muito perto de onde vendem a droga. Temos muito medo de que nos reconheçam."

O secretário de Segurança de Buenos Aires, Sergio Berni, negou que "uma guerra às drogas" seja a causa do episódio. Ele aponta a inexperiência no manuseio de produtos químicos. "Ninguém conspira contra seu próprio negócio", argumentou.

A cocaína foi distribuída a partir da noite de terça-feira no assentamento Villa Puerta 8, no município de Tres de Febrero, a 40 quilômetros da capital.

Alguns consumidores morreram de parada cardíaca súbita e vários em suas próprias casas.

"Espero um milagre", disse Beatriz Mercado, angustiada, no hospital para onde levou o filho de 31 anos após encontrá-lo na cozinha de sua casa. "Eu o encontrei caído no chão. Mal, muito mal, quase não respirava, com os olhos virados para trás", contou.

Voltaram a consumir

“Tivemos três casos de pessoas com intoxicação que receberam alta e nesta quinta-feira voltaram (a ser hospitalizadas) porque voltaram a consumir”, afirmou Kreplak ao canal TN.

A droga letal ainda está em análise, mas Berni antecipou que contém um opiáceo, pois muitas pessoas intoxicadas reagiram positivamente ao tratamento médico para esses casos de abuso de consumo.

Segundo o ministro argentino da Segurança, Aníbal Fernández, o problema do tráfico e consumo ilegal de drogas na Grande Buenos Aires, com seus 10 milhões de habitantes, "está tão grave quanto sempre foi, com o agravante de superprodução e superoferta" de substâncias de baixo custo e qualidade.

Berni apontou que, na cidade de Buenos Aires e na província de mesmo nome, que concentram 40% da população do país, "há uma venda de 250 mil doses de cocaína por dia”.

Pobreza e drogas

A Grande Buenos Aires registra um índice de 45,3% de pobreza e 10,1% de desemprego, segundo o Instituto de Estatísticas.

Villa Puerta 8, onde a cocaína adulterada foi vendida, é um bairro de 170 casas precárias onde muitos jovens se envolvem no tráfico de drogas, indicaram moradores à imprensa.

Mas "a droga não tem status social: ricos, pobres, classe média, profissionais. Não adianta realizar prisões, façamos centros de reabilitação", disse Beatriz Mercado, mãe de uma vítima em estado grave.

Blanca, mãe de um dos internados, declarou em frente ao hospital que o Estado não lhe oferecia alternativas ao tratamento privado para viciados, que custa 60 mil pesos por mês (300 dólares no câmbio paralelo).

O sociólogo Alberto Calabrese, especialista em vícios, disse à AFP que a subnotificação do uso de drogas ilícitas no país “é muito grande” e que “em condições de pobreza e falta de horizontes, é muito provável que aumente o consumo de seja o que for”.

"Não é preciso colocar o problema exclusivamente em termos de pobreza, porque é um equívoco, ele atravessa a sociedade, com drogas legais e ilegais", completou.

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