MUNDO
Líder do Hezbollah alerta Israel para não entrar em guerra com Líbano
Um ataque aéreo matou o vice-líder da ala política do Hamas, Saleh al-Arouri, na terça, 2
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou Israel, nesta quarta-feira, 3, para não entrar em guerra com o Líbano um dia após o assassinato do líder número 2 do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute.
Autoridades libanesas e do grupo terrorista acusaram Israel de matar al-Arouri nos subúrbios de Beirute. Oficialmente, o governo do premier israelense, Benjamin Netanyahu, não reivindicou o ataque, mas o porta-voz do Exército Daniel Hagari disse que a instituição estava “altamente preparada para qualquer cenário”.
“Se o inimigo pensa em travar uma guerra contra o Líbano, então a nossa luta será sem teto, sem limites, sem regras. E eles sabem o que quero dizer”, destacou Hasan em discurso.
Ele classificou a morte como uma “flagrante agressão israelense”. Israel, porém, não assumiu a autoria do ataque. Um ataque aéreo matou o vice-líder da ala política do Hamas, Saleh al-Arouri, na terça, 2, no Líbano. O grupo acusa as Forças de Defesa de Israel, que não confirmaram a autoria.
O líder do Hezbollah também comentou sobre as explosões no sul do Irã nesta quarta, que mataram mais de 100 pessoas que participavam de uma procissão no dia do aniversário de quatro anos da morte de Qasem Soleimani — o oficial da Guarda Revolucionária Islâmica que foi assassinado pelos EUA em 2020. Segundo ele, “o morto assusta mais [hoje] do que quando estava vivo”:
No mesmo discurso, Nasrallah afirmou que todas as organizações envolvidas na guerra em Gaza estão atuando de maneira independente, e que não recebem ordens do Irã. Pontuou que se alguém examinar “o sacrifício e os resultados [do ataque de 7 de outubro a Israel]” entenderá “a importância desses atos para a Palestina e o Líbano”. A resposta de Israel ao maior ataque do grupo terrorista em território israelense, que deixou 1.200 mortos, já matou mais de 22 mil pessoas no enclave palestino.
"Cada organização ou país no eixo da resistência desfruta de independência em cada decisão estratégica. Ninguém está sendo obrigado ou orientado. Nós, no eixo da resistência, não somos escravos ou ferramentas a serviço de um mestre", disse Nasrallah.
O líder do Hezbollah também abordou a causa palestina, que voltou à agenda internacional; e elogiou a persistência do povo palestino em manter sua terra. Falou, ainda, sobre a imagem de Israel, que está “danificada” globalmente.
"O público israelense perdeu o apoio e a confiança no Exército e no sistema de segurança, o que é um sintoma de que Israel vai desaparecer, já que o povo israelense não está agarrado à terra e ao seu pertencimento a ela".
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