GUERRA
Número 2 da ala política do Hamas morre em ataque de Israel ao Líbano
Al-Arouri era considerado uma figura-chave na rede de financiamento do Hamas
Um ataque de Israel contra um escritório do grupo fundamentalista islâmico Hamas deixou 11 feridos e seis mortos nesta terça-feira, 2, no Líbano, incluindo Saleh al-Arouri, o número 2 do braço político da organização. O Hamas confirmou a morte, afirmando que seu assassinato não vai frear a "resistência".
Apesar de estar oficialmente ligado à ala para assuntos políticos da organização palestina, Arouri era conhecido por ter envolvimento com assuntos militares. Cofundador da ala militar do Hamas, as Brigadas Izzedine Al-Qassam, al-Arouri era vice de Ismail Haniyeh desde 2017 e chefe de operações na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.
Al-Arouri era considerado uma figura-chave na rede de financiamento do Hamas e nas negociações por um cessar-fogo e pela libertação de cerca de 130 reféns de Israel ainda mantidos pelo grupo em Gaza.
Nesta mesma terça-feira, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que está aberto a ideia de que um único governo palestino administre a Cisjordânia ocupada e Gaza.
"Recebemos inúmeras propostas de iniciativas acerca da situação interna [palestina] e estamos abertos à ideia de um governo nacional para a Cisjordânia e Gaza", declarou ele.
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde que venceu as eleições palestinas de 2006, que foram seguidas por fortes confrontos com o partido Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina Mahmud Abbas. As múltiplas tentativas de reconciliação entre as duas facções fracassaram, e a popularidade de Abbas como chefe da Autoridade Palestina na Cisjordânia caiu.
A questão de quem governará Gaza está de volta à mesa desde a eclosão da guerra entre o Hamas e Israel, cujo governo prometeu destruir o movimento palestino.
Os Estados Unidos insistem que os palestinos devem fazer parte da administração do pós-guerra, mas o futuro papel da ANP, órgão instituído após os Acordos de Oslo como um governo de transição até a criação de um Estado palestino até hoje inexistente, permanece incerto.
No discurso de Haniyeh, transmitido pela rede Al-Jazeera, o chefe do Hamas também se referiu às negociações sobre uma possível segunda trégua nos combates.
Um cessar-fogo anterior abriu caminho para que quase metade dos 250 reféns sequestrados em Israel em 7 de outubro fossem libertados por militantes de Gaza. Pelo menos 129 pessoas continuam em cativeiro.
"Os prisioneiros do inimigo serão libertados apenas nas condições estabelecidas pela resistência", declarou Haniyeh, sem dar maiores detalhes.
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