POLÍTICA
Wagner Moura critica Bolsonaro e diz que governo tentou censurar 'Marighella'
![Filme foi adiado diversas vezes e será lançado nesta quinta-feira | Foto: Tobias Schwarz | AFP](https://cdn.atarde.com.br/img/2021/11/1200x720/wagner-moura-bolsonaro-marighella-covid19_202111293537450-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2021%2F11%2Fwagner-moura-bolsonaro-marighella-covid19_202111293537450.jpg%3Fxid%3D4955405%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1720370371&xid=4955405)
O ator e diretor Wagner Moura atribui ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a dificuldade em lançar 'Marighella', filmado há dois anos. Em entrevista ao programa 'Roda Viva', da TV Cultura, nesta segunda-feira, 1º, o artista disse que o chefe do Execitivo faz "terrorismo" no Brasil.
>> Wagner Moura revela que será exibido o filme 'Marighella' em assentamento do MST atacado
“Os acusados de terroristas são os pobres, o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], o Black Lives Matter, e isso sempre me incomodou, mas 600 mil mortos por Covid é terrorismo, 19 milhões de pessoas passando fome, a Amazônia pegando fogo, o ministro da Economia que tem uma conta offshore enquanto o povo paga imposto alto é terrorismo”, afirmou o artista.
Com lançamento previsto há dois anos, Marighella foi marcado por uma série de adiamentos por causa de problemas com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e, posteriormente, da pandemia de Covid-19. "A questão com a Ancine foi uma situação absolutamente clara de censura", disse.
"A gente não pode admitir um governo federal trabalhando para que um filme não aconteça. Até hoje tem gente do governo falando mal, mobilizando sua militância digital para dar nota baixa no IMDb. É uma luta bruta, e isso diz mais sobre o estado das coisas do que sobre o filme. Você não precisa gostar, mas você não pode trabalhar para que o debate cultural seja interditado", conta.
Após os problemas, o filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 4. "Fazer um filme sobre Marighella no Brasil faz parte de um movimento contra o fascismo do qual me orgulho de participar”, pontuou Wagner Moura.
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