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Cléo Pires é policial iniciante em uma tropa incorruptível
Por Adalberto Meireles

Cléo Pires é Francis, a recepcionista de um hotel que resolve entrar para a polícia depois de salvar uma menina em meio a um tiroteio resultante de um assalto no local onde trabalha. Em menos de um ano, ela integra um grupo de elite designado para desarticular uma organização criminosa responsável pela morte de duas crianças em uma fictícia cidade do estado do Rio de Janeiro.
A ideia principal é: será que ainda se pode contar com uma polícia honesta? O ponto de partida, a invasão do Complexo do Alemão, em 2010, e a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que deslocou a ação criminosa para o interior fluminense. Policial neófita, a ex-estudante de publicidade Francis terá de vencer o preconceito dos colegas e a falta de habilidade com as armas e nas abordagens dos bandidos.
Nesta "tropa de elite" destacam-se Roni (Thiago Martins), que assume o protagonismo nas ações machistas contra a mulher, e Décio (Tiago Boliveira), o boa-praça mais próximo de Francis, sob o comando do delegado incorruptível Froes (Marcos Caruso). O diretor Tomás Portella, que já navegou pela comédia e o terror (Qualquer Gato Vira-Lata e Isolados), incursiona no drama policial com pretensões que vão além do trivial.
Há um complexo de relações, um novelo de ações criminosas, a desfiar, mas o roteiro é frouxo. Falta denúncia. Falta contundência. Uma câmera fixa, em detalhe, no rosto de Francis, com imagem desfocada que se vai definindo lentamente consiste no plano mais audacioso do filme. Anuncia o que virá: os medos e receios da policial como miolo da ação. Cléo Pires parece tão insegura quanto a personagem que interpreta. No caso de Operações Especiais, isso pode ser um elogio.
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