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CINEINSITE

Documentário entra na intimidade de Chico Buarque

Por Verena Paranhos

26/11/2015 - 7:42 h
Miguel Faria Jr.
Miguel Faria Jr. -

"A biografia dele é imensa. O filme não tem nenhuma pretensão biográfica sobre Chico. É meu olhar", afirma o diretor, que conheceu Chico em uma relação profissional nos anos 1970 e hoje janta semanalmente com ele.

E o olhar de um amigo de mais de 40 anos não é igual ao de nenhum outro. Surpreende por mostrar o artista em sua intimidade e naturalidade em mais de 20 horas de entrevista. Bem à vontade em casa, a máscara de tímido dos palcos cai por terra e dá lugar ao personagem bem-humorado que ri de si mesmo em histórias sobre shows, amigos e relação com novas gerações de fãs.

Na maturidade, já não tem mais espaço para o galã de olhos azuis que aparece bronzeado nas imagens recuperadas de arquivo. No lugar dele, surge em cena o escritor aplicado, para quem fazer música exige cada vez mais dedicação. "Quanto mais você sabe, mais difícil fica o seu ofício. Quanto mais eu sei música, mais difícil fica", Chico confessa.

Em um dos momentos de maior intimidade, ele é o avô que tenta lembrar a letra de Dueto para mais tarde tocá-la na sala de casa com os netos Clara e Chico (filhos de Carlinhos Brown e Helena Buarque) e Lia (filha de Silvia Buarque).

O roteiro construído por Miguel Faria Jr. coloca Chico no papel de narrador de seus 70 anos de vida, que se entrelaçam com os últimos 50 anos da MPB e os eventos políticos e sociais do País. "Ele dava a entrevista sobre o tema e eu roteirizava. Precisava de um tempo também para seguir novas perguntas", conta o diretor.

Sem nenhuma restrição, os temas foram surgindo a cada novo encontro, revelando histórias do tempo em que morou na Ítalia na infância e estudou em escola americana, do autoexílio no mesmo país, em 1969, e do casamento com Marieta Severo. Um depoimento do ator e diretor Hugo Carvana ilustra como o casal se conheceu no camarim do Teatro Opinião.

A relação com o pai, o historiador Sergio Buarque de Hollanda, e a história do meio-irmão Sergio Günther, que Chico tomou conhecimento por Tom Jobim, também são passagens de sua biografia destacadas no documentário.

Enquanto Chico Buarque escrevia O Irmão Alemão, a equipe de filmagem o acompanhou em uma viagem à Alemanha, na qual investigava o destino de Sergio. Vem justamente dessa passagem algumas das cenas mais belas do documentário, quando Chico Buarque se emociona ao ver imagens do irmão alemão na TV. Ao constatar que Sergio pode tê-lo conhecido por causa do sucesso de A Banda, Chico volta a ser menino, saltitando de felicidade pelas ruas de Berlim.

Música e mercado

Mas Chico Buarque não é protagonista do filme sozinho. Divide espaço com as canções biográficas que compôs ao longo da vida e que marcam a passagem dos blocos temáticos.

"O filme vai contando uma história. Chico tem mais de 500 músicas. Não queria que a música parasse o filme. As músicas escolhidas têm a ver com a forma como são faladas", revela Miguel Faria Jr.

Com direção de cena impecável, as canções foram gravadas na Cidade das Artes (Rio), sem público.

Além do homenageado, que canta Sinhá e Paratodos, o diretor escalou para interpretar as composições Ney Matogrosso (As Vitrines), Moyses Marques (Mambembe), Laila Garin (Uma Canção Desnaturada), Mônica Salmaso (Mar e Lua) e Péricles (Estação Derradeira). Os duetos acertados ficam por conta de Mart'nália e Adriana Calcanhotto (Biscate) e Carminho com Milton Nascimento (Sobre Todas as Coisas). A portuguesa também interpreta Sabiá.

O formato que mistura depoimentos, arquivos e apresentações musicais já foi explorado anteriormente por Miguel Faria Jr. em Vinicius, dedicado ao poeta Vinicius de Moraes. O filme foi visto por mais de 270 mil pessoas nos cinemas, maior bilheteria do País para um documentário musical. "Não fiz um filme pensando em mercado. Vinicius (2005) eu fiz achando que ia para a TV e teve um público bom no cinema", conta o diretor.

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