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08/04/2023 às 5:00 - há XX semanas | Autor: Tiago Freire*

CINEMA

Filmes locais que não chegam aos cinemas ganham segunda chance

Evento propõe novo olhar sobre a produção audiovisual da Bahia

Sobradinho (2020), documentário de Cláudio Marques e Marília Hughes, será exibido no dia 15 (sábado que vem): relato de migração forçada na ditadura
Sobradinho (2020), documentário de Cláudio Marques e Marília Hughes, será exibido no dia 15 (sábado que vem): relato de migração forçada na ditadura -

Começou no último sábado e prossegue hoje o festival Cinema Baiano (Re)Descoberto no espaço da Caixa Cultural Salvador. O ciclo vai reunir entre os meses de abril e maio um conjunto de filmes em curta, média e longa-metragem que ainda permanece pouco difundido e debatido, a despeito da sua importância histórica e repercussão nos festivais. Ao total, serão nove filmes exibidos. A programação está disponível no site da Caixa Cultural

“São obras que, de uma maneira geral, não conseguiram chegar às salas de exibição tradicionais e quando eventualmente ultrapassaram as barreiras comerciais do circuito cinematográfico, não tiveram o devido tempo em cartaz. Infelizmente, pouca gente viu ou até mesmo conhece”, contextualiza o crítico de cinema Adolfo Gomes, curador.

“Penso que o cinema é sempre uma possibilidade de descoberta. No caso da produção baiana é uma paisagem que deveria nos ser mais familiar, no entanto nem sempre o nosso olhar consegue acessar o que deveria estar tão perto. Por isso, esse nome evoca um itinerário, uma viagem pelo nosso próprio território”, complementa.

Gomes comenta sobre o processo de escolha das produções para o ciclo. O curador buscou trazer não só os filmes que tiveram pouca visibilidade, mas também que trazem um olhar diferenciado para o sistema.

“São obras que têm em comum um olhar memorialista, a invenção formal e a resistência. Tudo o que costuma ter pouco espaço na trivialidade e diante do apelo fugaz do circuito tradicional de exibição comercial. Além dos filmes que, por contingências de lançamento, ficaram pouco tempo em cartaz, quis enfatizar a busca por uma expressão pessoal e, ao mesmo tempo, um posicionamento sobre o mundo, a respeito das nossas questões mais relevantes, sejam elas estéticas ou comportamentais e políticas”, detalha.

“Não necessariamente um cinema militante, mas transgressor na sua recusa a se curvar a um modelo narrativo e dramatúrgico consagrados. Então, temos aqui filmes feitos com celular e outros captados em 16mm, da película ao digital, passando pelo artesanato da animação”, explica.

Entre os selecionados, Adolfo ressalta Revoada, de José Umberto Dias, uma revisita ao crepúsculo do cangaço narrada por José Umberto Dias e que traz Jackson Costa como protagonista.

“O elo entre estes filmes, gosto de pensar, seria a inquietude, o desejo de expressão e renovação do olhar, aquilo que atravessa as épocas, tecnologias e segue fiel a um impulso criativo”, diz Adolfo.

Visibilidade para a Bahia

Adolfo Gomes aproveita o momento do festival para poder comentar sobre o problema de visibilidade do cinema brasileiro e baiano, refletindo sobre as dificuldades que o setor ainda enfrenta.

“A invisibilidade é uma condição de todo risco, transgressão, forma de expressão pessoal e arte, em toda parte, mas ainda pior no Brasil, por conta do nossos históricos entraves de circulação e acesso à cultura. A distribuição e, portanto, a circulação e acesso à produção audiovisual baiana, padece de continuidade, de fomento sistemático”, afirma.

“Por isso, o cinema aqui também vive dos chamados ciclos. Os festivais são hoje em dia o principal espaço de difusão da nossa filmografia, mas, infelizmente, esses eventos, da mesma forma, estão desaparecendo aos poucos. E não é só reflexo da pandemia. Tudo isso expõe uma questão que atinge a cultura: a carência de investimento e políticas públicas estáveis, consequentes, para o setor”, pontua.

Porém, o curador também ressalta a importância que festivais como Cinema Baiano (Re)Descoberto oferecem, tanto para o público ter acesso, quanto para produtores poderem ter visibilidade.

“Um festival desses é oferecer a oportunidade das pessoas fazerem suas próprias descobertas. É como uma cartografia. Aí cada um pode trilhar o seu caminho, conforme o seu próprio olhar. É uma forma de lembrar e demarcar a importância da etapa final do processo de realização de um filme: o de ser visto, de se colocar ao alcance do público”, celebra.

“Outro aspecto essencial, acredito, é debater não só as questões formais e técnicas, mas, principalmente, as alternativas para superar esses entraves históricos. É um gesto de aproximação que depende muito do interesse do espectador em se arriscar com olhos livres pelo seu próprio cenário, sua realidade e cotidiano”, finaliza.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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