CINEMA
Ghostface ataca novamente, agora pelos becos e túneis de NY
Pânico 6 inicia uma nova fase na saga do assassino com cara de fantasma
Por Tiago Freire*
Se Pânico 5 foi a passagem da tocha da velha guarda de protagonistas para um nova geração, o novo filme da franquia, Pânico 6, é essa nova geração levando essa tocha até a linha de chegada com êxito. O novo capítulo, produzido novamente pela incrível produtora Radio Silence é mais um acerto nessa franquia tão icônica.
Pânico 6 marca o retorno das irmãs Carpenter Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega), além de seus amigos e sobreviventes do filme anterior, Mindy Meeks (Jasmin Savoy Brown) e Chad Meeks (Mason Gooding). Porém, ao invés da Woodsboro de sempre, vemos os personagens em novo cenário, a gigantesca e brilhante Nova Iorque, bem longe da pacata cidade pequena.
Logo de cara, o principal acerto no filme foi seu proveito do elenco. Apesar de Tara, em teoria, ser amiga dos irmãos Meeks, vimos muito pouco deles contracenando. Neste novo capítulo da franquia, vemos toda essa química em tela, com muitas cenas entre esse grupo de amigos, das mais cômicas, às mais dramáticas.
Mesmo sendo primeiro filme em que não temos qualquer cena com a Sidney Prescott (Neve Campbell), o elenco e o roteiro conseguiram manter a narrativa amarrada o bastante para deixar claro que ali estamos vendo uma nova história e deixar a Sidney ter seu “Final Feliz”. Houve um grande carinho por parte da produção como um todo para que a franquia pudesse seguir sem ela, mas sem apagar seu legado e importância.
Outro acerto gigantesco é não usar da nostalgia como muleta, como infelizmente é comum em muitas das chamadas legacy sequels. Apesar de termos o retorno de Kirby Reed (Hayden Panettiere) e Gale Weathers (Courteney Cox), em nenhum momento vemos elas ali apenas para fisgar o público saudoso, mas sim para ajudar a construir melhor a estrada das irmãs Carpenter.
Um novo capítulo
Não só com seu elenco de peso que Pânico 6 mantém o ritmo e o espírito da franquia vivo, mas também com seu roteiro que mantém a metalinguagem e as reviravoltas que tornaram a franquia famosa do jeito que é. Desde o começo do filme, James Vanderbilt, Guy Busick e Kevin Williamson (roteiristas), que retornam do filme anterior, já nos entregam várias pequenas reviravoltas que vão construindo essa nova história de forma tão original e interessante como os outros.
Outro retorno triunfante para a franquia são as cenas de perseguição. Nesse sentido, vemos a escolha de NY sendo usada de forma excelente pelo filme. Não são mais aquelas cenas de ataque do assassino em casas suburbanas, agora são apartamentos apertados, corredores estreitos e até mesmo o metrô da cidade é usado com excelência para gerar cenas de tensão e terror.
Um Ghostface diferente?
Mesmo seguindo os passos de seus antecessores, Pânico 6 busca trazer uma nova face para seu famoso assassino, Ghostface. Não vemos mais esse serial killer querendo apenas matar as irmãs Carpenter, mas ele parece tramar algo diferente para a dupla e que rapidamente muda a dinâmica da história.
Essa mudança de planos também é acompanhada por uma leve mudança de tom do filme, com ele trazendo uma forte crítica e referência à febre do true crime.
Apesar dos acertos do filme até então, a revelação sobre quem está por trás da máscara não consegue ter um impacto tão forte quanto nos outros filmes. Não há aquele choque de descobrir que o Stu Macher é o segundo assassino, ou que Jill Prescott, a sobrinha da Sidney e coprotagonista de Pânico 4, estava por trás de tudo. Não há esse impacto tão forte como nos outros filmes. A sensação que fica é que o assassino foi escolhido por eliminação.
Mesmo sem ter tanto impacto, a motivação e como ela se relaciona com a trama são muito bem casadas. A revelação de quem de fato é o Ghostface casa bem não só com as motivações, mas com todo o modus operandi apresentado pelo longa inteiro.
Essa dinâmica diferenciada entre Ghostface e as irmãs traz aos últimos 30 minutos de filme um final bem interessante. Apesar da revelação fraca, os personagens conseguem trazer um peso para esse final que deixa na mente do público um desejo de querer ver mais das irmãs Carpenter.
*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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