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Mais eletrizante do que o original, sequência de Um Lugar Silencioso é marcada pela ação
Por Bianca Carneiro

O som é muito importante para o cinema. Através deste elemento, é possível reconhecer um determinado filme e encaixá-lo em um gênero, por exemplo. Também é por meio dele que um diretor pode despertar emoções diversas no público. Por isso, quando John Krasinski (The Office) apresentou, em 2018, a história de “Um Lugar Silencioso”, a crítica especializada elogiou a ousadia do ator, roteirista e diretor, que desenvolveu tão bem uma trama de ação e terror com o mínimo de som e diálogo possíveis.
Quase três anos depois, estreia no Brasil nesta quinta-feira, 22, a segunda parte da produção de Krasinski. Porém, diferente do primeiro longa, o som é mais presente no novo filme, que possui mais diálogos e cenas de ação à medida que a família Abbott vai conhecendo novas pessoas e lugares.
O desconhecido, inclusive, é o que move o roteiro de “Um Lugar Silencioso - Parte: II”. Após os eventos do primeiro longa, Evelyn Abbott (Emily Blunt) e seus filhos Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) - junto com o irmão recém-nascido - deixam a fazenda onde viviam para buscar um local mais seguro. No caminho, eles acabam se deparando com outros seres humanos e descobrindo que a ameaça está além das criaturas sensíveis ao som.
Fazendo referência às tragédias ocorridas na parte um, o filme começa imediatamente de onde o anterior termina, por volta do dia 474. A sequência, no entanto, comete alguns erros de continuidade como o visual das crianças já modificado pela mudança de idade dos atores e a derrota das criaturas.
Outro erro do roteiro está no pouco desenvolvimento dos personagens vividos pelos atores Cillian Murphy (Peaky Blinders) e Djimon Hounsou, talentos que poderiam ter sido mais explorados. O arco vivido por Evelyn e Marcus também deixa a desejar e a obra acaba repetindo elementos da estrutura e reviravoltas do antecessor.
Porém, o filme possui o mérito de apresentar uma construção mais sólida do que o seu anterior, já que John Krasinski pode se dedicar mais a direção do que a atuação em si. Os flashbacks com o início dos ataques são repletos de tensão e o enquadramento escolhido pelo diretor é dotado de uma ação frenética, daquelas que não deixa o público desgrudar os olhos da tela. O momento é sem dúvida, um dos melhores (senão o melhor) momento da trama.
Outro acerto das cenas iniciais é o próprio retorno de Krasinski no papel de Lee Abbott, afinal, o seu personagem sem dúvida, deixou saudades. Todo o elenco da continuação é, na verdade, muito carismático. Emily Blunt traz toda a carga dramática de ser uma mãe que perdeu o companheiro, mas que precisa enfrentar os perigos para proteger os filhos. Millicent Simmonds, que já era um destaque do original, assume de vez o protagonismo da franquia, e entrega mais uma vez, uma personagem corajosa e destemida. A grata surpresa vem de Noah Jupe, que apresenta um Marcus sensível que precisa desenvolver força e confiança em pleno fim do mundo.
Se o primeiro filme teve mais nuances de horror, aqui o gênero ficou em segundo plano, com o uso de alguns “jumpscares”. O que impera mesmo é a ação, talvez porque agora a família Abbott já sabe como derrotar os monstros. No entanto, apesar das explosões, Krasinski ainda consegue deixar o espectador tenso, especialmente nos momentos em que as criaturas vão surgir ou atacar. Um Lugar Silencioso - Parte II é eletrizante do início ao fim. Confira as sessões disponíveis em Salvador clicando aqui.
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