'Meu nome é Gal' reúne centenas de pessoas em pré-estreia no Glauber
Exibição teve a presença de Sophie Charlotte, Luis Lobianco, Dandara Ferreira, Lô Politi e outros artistas
Em filas longas, artistas, profissionais de cinema, jornalistas e convidados se reuniram no Cine Glauber Rocha em Salvador, na noite desta segunda-feira, 2, para assistir o pré-lançamento da cinebiografia em homenagem a cantora baiana Gal Costa. Na ocasião, marcaram presença a protagonista Sophie Charlotte, o ator Luis Lobianco, além das diretoras: Dandara Ferreira, Lô Politi, além de celebridades convidadas como Regina Casé e outros nomes do cenário cultural e político da Bahia. Para o público geral, "Meu nome é Gal" estreia nos cinemas no dia 12 de outubro.
O filme tem a direção de Dandara Ferreira e Lô Politi, o elenco traz ainda Rodrigo Lelis, como Caetano Veloso, a diretora Dandara Ferreira, como Maria Bethânia, Dan Ferreira, como Gilberto Gil e Camila Mardila, como Dedé Gadelha, Além de George Sauma e Fábio Assunção.
As gravações começaram há 6 anos e teve a aprovação da própria Gal Costa, que desejou ver um filme sobre sua história depois de assistir o documentário sobre sua vida, feito por Dandara Ferreira. Além do documentário, no âmbito da base de construção da narrativa, o roteiro teve a contribuição dos livros "Anjo do bem, gênio do mal", de Paulinho Lima, e "Verdade Tropical", de Caetano Veloso.
Confiança
O Portal ATARDE conversou com as diretoras do filme, a Dandara Ferreira e a Lô Politi, e com os atores Sophie Charlotte e Luis Lobianco, que trouxeram detalhes de todo o processo de produção, desde quando estava no plano da ideia.
Segundo Lô Politi, após assistir o documentário de Dandara Ferreira, Gal convidou a diretora para fazer um longa de ficção. Aceitando o desafio da cantora, Dandara convidou Lô Politi para compor a equipe na direção e produção, chegando também a contribuir com o roteiro.
O enredo conta o início da carreira de Gal Costa, entre os anos 60 e 70, quando ela deixa Salvador e vai morar no Rio de Janeiro, atrás do objetivo de se tornar uma cantora. No Rio, ela encontra seus amigos baianos: Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, que a ajudaram com os primeiros passos na música profissional. Gal chegou a ser considerada a “musa” do movimento conhecido como tropicalismo, em período no qual o país estava submetido a uma ditadura militar.
Contato com a cultura baiana
O filme é estrelado por Sophie Charlotte, no papel de Gal Costa, e tem o ator Luis Lobianco, que interpreta o empresário da cantora, o Guilherme Araújo. Nascidos no Rio de Janeiro e apaixonados pela Bahia, os atores precisaram mergulhar no universo 'baianês' dos personagens. Para Lobianco, fazer um carioca que viveu tanto tempo na Bahia, a ponto de receber um título de cidadão baiano, se tornou ainda mais simples, diante da relação que tem com o Nordeste. Parte da sua família mora na cidade de Aracaju.
"Sempre existiu essa proximidade [com o Nordeste]. Até pela questão de visitar a família. Então, para mim, não é tão alheio. É uma coisa que fica aqui dentro. Estava morrendo de saudade de vir a Salvador, inclusive. Faz tempo que não vinha", afirmou o ator.
Já a Sophie teve uma experiência mais longa com a capital baiana. A atriz passou um verão em Salvador, visando conhecer a geografia, as pessoas, os diferentes grupos culturais. Ela chegou a fazer uma caminhada pelo Bonfim, Pelourinho, além de passeios de barcos na Baía de Todos-os-Santos. Ela ainda fez aula de dança com Nildinha Fonseca, professora e pesquisadora da Dança Afro Brasileira. "Fui me apaixonando por Salvador".
Além da vivencia na cidade, a atriz contou também com preparadores de atores como Amanda Gabriel e profissionais de fonoaudiologia, a exemplo de Mônica Montenegro, para fazer a boa pronúncia do sotaque baiano.
"Tem o sotaque, mas tem o jeito particular de Gal falar, assim como Caetano, Gil e Betânia. Todo mundo tem um jeito de falar. Então, é preciso procurar essa especificidade. O dengo, os reflexos do jeitinho dela. O processo foi de aproximação [com a cultura]. Eu tinha muito medo de fazer algo caricatural e distante. É sempre um desafio muito grande. Mas foi um processo muito amoroso."
Ainda segundo a atriz, o apoio de colegas soteropolitanos no filme a ajudaram a sempre se corrigir diante de alguma pronúncia com sotaque carioca. A atriz ainda compartilhou o desafio de cantar e tocar violão, pois afirma não ter muita habilidade em cantar e tocar o instrumento. O aprendizado é feito a importante ajuda de César Mendes.
Apesar da situação nova, Sophie acrescenta que subir no palco com o instrumento, diante da plateia, permitiu a descoberta da conexão de quem canta com os músicos que fazem parte de uma banda. Ela agradeceu o acolhimento que recebeu dos músicos. Entre os profissionais, estão aqueles que tocaram com a própria Gal.
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