A TARDE BAIRROS
Heranças indígenas e culturais contam a história de Guarajuba
Guarajuba já era frequentada pelos indígenas guaranis desde o descobrimento do Brasil
Por Claudia Lessa
![Guarajuba deu os sinais iniciais de crescimento econômico e turístico em 1982, com a criação do Paraíso, seu primeiro condomínio](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1300000/1200x720/Herancas-indigenas-e-culturais-contam-a-historia-d0130640600202502071903-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1300000%2FHerancas-indigenas-e-culturais-contam-a-historia-d0130640600202502071903.jpg%3Fxid%3D6549154%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739005575&xid=6549154)
Guarajuba já era frequentada pelos indígenas guaranis desde o descobrimento do Brasil. Naquela época, o lugar ainda fazia parte do maior latifúndio de que se tem notícia no mundo – 800 mil km2 de terras, que abrangiam de Salvador ao Maranhão. Em 1562, se formou o primeiro núcleo de habitantes que originou o atual município de Camaçari, com terras ocupadas por indígenas e aldeadas pelos jesuítas.
Com a abolição da escravatura, aquela enorme extensão territorial que estava nas mãos dos latifundiários foi sendo desmembrada. A partir daí, se deram as primeiras intervenções para a ocupação da ‘terra da garça dourada’, nome de uma ave comum na região das lagoas e que, em tupi-guarani, significa a palavra Guarajuba.
Contextualizando historicamente, em 1549 chegou à Bahia o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, com a missão de fundar a cidade de Salvador. Com ele, veio o jovem empreendedor Garcia D´Ávila, responsável pela construção da Casa da Torre de Garcia D´Ávila, também conhecida como Castelo de Garcia D´Ávila, que se destacou na história da colonização e defesa do Brasil durante mais de três séculos.
A primeira intervenção em Guarajuba foi a criação de uma fazenda de cocos e, a partir da formação de uma vila de pescadores, nasceu a localidade. A história é confirmada pelos descendentes que ainda moram na região e têm no mar da praia do Porto de Guarajuba, na Associação dos Pescadores, sua fonte de renda e sobrevivência. Em Guarajuba, notadamente consolidada pela fusão entre natureza e desenvolvimento público e privado, história e contemporaneidade, heranças indígenas e apelos gastronômicos e culturais se complementam.
No final da década de 1970, quando a BA-099 já tinha sido concluída e houve o loteamento dos terrenos, surgiram as primeiras casas em Guarajuba. Ainda desprovida de infraestrutura, sendo apenas um destino de descanso e veraneio, o lugar deu os sinais iniciais de crescimento econômico e turístico em 1982, com a criação do seu primeiro condomínio: Paraíso.
O pioneirismo de Fonseca
No fim da década de 1970, o engenheiro agrônomo sergipano João Fonseca chegou à vila de Guarajuba. Ele tinha uma vida estabilizada, junto à esposa e aos quatro filhos, em uma fazenda no município de Jacobina, no Centro-Norte baiano, e um bom emprego na Superintendência do Vale do São Francisco (Suvale), estatal que deu origem à Codevasf.
Com a família, ele foi de carro, a passeio, até Praia do Forte e, ao conhecer a vila de Guarajuba, então uma área destinada à pesca e ao plantio de coco, decidiu que era ali que iria se fixar. Desfez-se de sua lucrativa propriedade rural na região do Piemonte da Diamantina para adquirir um terreno naquele paraíso do litoral e investir no sonho de proporcionar mais qualidade de vida aos filhos.
Na época, havia apenas outras 14 casas em Guarajuba, no local onde, posteriormente, foi construído o Condomínio Paraíso. Este episódio, repercutido na imprensa por Fábio Araújo, um dos filhos de João Fonseca, é parte da história de Guarajuba.
Outro morador que testemunhou o começo da história da localidade foi Joaquim Nery Souza, que deu nome à praça local, em uma homenagem do Condomínio Paraíso. Ele chegou a Guarajuba em 1982, no surgimento do Loteamento Canto do Mar e na origem do Condomínio Paraíso.
Residentes mais antigos costumam contar que Joaquim Nery Souza gostava de banho de mar e tinha se tornado uma espécie de ‘fiscal’ do movimento das marés, avisando sempre qual era o melhor horário para aproveitar o momento de lazer. Sua paixão pelo lugar contagiou filhos, netos, bisnetos e amigos, que também adotaram Guarajuba como lar.
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