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A TARDE BAIRROS

Largo do Campo Grande é o lazer dos moradores

Espaço de lazer privilegiado no centro da cidade congrega pessoas caminhando ou correndo

Por Letícia Belém

11/12/2024 - 5:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Largo do Campo Grande é o lazer dos moradores
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Os bancos do Largo do Campo Grande são o ponto de encontro de um grupo de cerca de 50 mulheres e homens, moradores dos prédios localizados ao seu redor, que se reúnem ali todos os dias. A tradição começou no início da pandemia do Covid-19 e foi aumentando a cada dia. Quem conta é a moradora Samira Carmel, de 59 anos.

“Estava muito ruim ter que passar os dias trancada dentro de casa. Daí, eu comecei a descer para a praça. Observava o movimento e me distraía. Passei a vir todos os dias, e fui encontrando e conhecendo outros moradores que estavam fazendo a mesma coisa. Viramos um grande grupo de amigos”, disse ela, acrescentando que a praça vai ficando muito cheia no decorrer da tarde, quando os moradores vão lotando todos os bancos, desde às 14h até às 19h.

“Às 17h, todo mundo já chegou. Aqui é a alegria de nossa alma. O ambiente aqui nos faz bem”, revelou a aposentada, que conhece as rotinas e horários de cada um dos vizinhos que se juntaram à confraria. Segundo ela, o seu marido começou a fazer caminhadas na praça diariamente por causa deste hábito dela.

Outra moradora que compra milho para dar aos pombos na praça diz que ir ali diariamente é uma diversão. “Eu amo morar no Campo Grande, aqui é onde tudo acontece. Eu amo essa praça. A gente não sai daqui”, confidenciou a empresária Lídice Ettinger. Mas é aos domingos que tem mais gente frequentando o espaço, conta ela.

Rapidamente a amiga Doralice Cerqueira, que brincava o tempo todo com as falas das amigas, repetiu que também amava morar no Campo Grande. “A gente vem aqui bater papo, dar risada, falar besteira, e essa metida aqui me bate o tempo todo. Nós vamos acabar indo juntas à delegacia do Idoso”, riu-se toda.

É esse clima de brincadeira e intimidade que atrai outros moradores para o largo, como é o caso do advogado aposentado Joaquim Almeida, de 68 anos. Morador do Campo Grande há mais de 60 anos, começou a frequentar a praça diariamente há poucos meses para fazer caminhadas, desde que se aposentou. Depois que descobriu o grupo, diz que agora tem mais um motivo para sair de casa.

“Eu me distraio com as pessoas, os encontros, as conversas. Essa proximidade é o nosso momento lúdico. A gente vem para cá como um ‘relaxante muscular ao ar livre’”, declarou Almeida. Além dos encontros, Joaquim conta que eles também comemoram os seus aniversários juntos na praça.

Fã do Campo Grande, Cleiton de Jesus, de 35 anos, estava com o seu filho de oito anos, João Miguel, brincando no parquinho infantil. Depois de se pendurar em todos os brinquedos, o pequeno chutava a sandália como bola em um futebol imaginário no anfiteatro da praça. “Eu passei a minha infância brincando nesta praça, trazido pelo pai. Não venho mais tanto quanto gostaria”, disse ele.

Já o senhor Adauto Queiroz, de 82 anos, que estava com um cachorrinho todo bem escovado e cheiroso, conta que é treinador profissional de cachorros há nove anos e é contratado pelos moradores dos prédios ao redor do largo do Campo Grande para levá-los para passear, fazer atividades, brincar, fazer as necessidades, cheirar tudo o que eles quiserem cheirar e passar pelo treino de adestramento, por duas horas cada um.

Atualmente, ele sai com um pela manhã e com dois pela tarde. “Todo mundo aqui me conhece, sou o Adauto Coroa. Andar por aqui é muito agradável e limpo. Eles dedetizam a praça de dois em dois meses, lavam tudo, então aqui não tem risco dos cachorros pegarem nenhuma doença”, elogiou.

“Mas o melhor é que a partir das cinco da tarde chegam as minhas amigas”, disse ele, referindo-se às moradoras que frequentam a praça. O treinador comentou que, aos domingos, costuma levar uma caixa de som para a praça porque tem um grupo de amigos “já velhinhos” que vão ali só para dançar.

Admirando o Monumento ao Dois de Julho, o soteropolitano Jorge Souza, afirmou que frequenta o largo desde a adolescência, quando o chão ainda era de barro. Ele estava com a namorada, Érica Nogueira, que considera a praça a mais linda de Salvador, onde tinha o hábito de patinar quando nova.

“Salvador é uma cidade histórica, e além deste conjunto ser uma obra de arte única, o Campo Grande é o seu maior marco, uma homenagem a todos os combatentes do Dois de Julho, com o nome de todos os seus heróis”, disse Souza. “A gente tem que admirar o que ainda existe de bonito”, finalizou ele.

Foto-legenda

Quem passa pela praça acaba não resistindo ao aroma da pipoca recém-estourada no carrinho de seu Nelson Lima, pipoqueiro há 30 anos no Campo Grande, aos finais de semana. Ele conta que, quando tem eventos na praça, o movimento de vendas melhora muito, e reivindica ao prefeito mais atrações no Campo Grande.

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