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SALVADOR

Patamares atrai com nova orla e tranquilidade para moradores

Bairro de Salvador une mar e áreas verdes com a praticidade da vida moderna

Por Priscila Dórea

26/03/2025 - 3:00 h
Patamares passa por reurbanização
Patamares passa por reurbanização -

Gigante em toda sua natureza e cada vez mais atrativo para moradores e frequentadores, Patamares está passando por uma reurbanização que irá proporcionar um espaço mais acessível e funcional para a população. Amplos calçadões, ciclovias, parques infantis, quiosques, quadras esportivas, academias ao ar livre, estacionamento e uma passarela que liga o Parque Urbano da Orla - um trecho de 3,5 mil quilômetros entre a Boca do Rio até Patamares - ao Parque de Pituaçu, fazem parte desse projeto, que irá valorizar ainda mais Patamares.

Quiosques para a instalação de bares, restaurantes, venda de coco verde e baianas de acarajé, tendas de praia, parques infantis, academias ao ar livre, quadras de beach tênis, quadra de futsal com grama sintética, áreas de estar e contemplação, chuveirões para banho pós praia e armários para guardar objetos. Tudo isso margeado por um calçadão pavimentado - com rampas acessíveis tanto na parte interna quanto externa, na direção da faixa de areia - e ciclovias, além de estacionamento, iluminação pública em LED e pontos de ônibus.

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"Todo projeto urbano, ainda mais um desta magnitude, sempre é desafiador, pois existem muitas variáveis, principalmente embaixo do solo. Vimos nesse trecho a oportunidade de fazer um projeto de renovação e alteração estrutural para criar o que chamamos de parque linear na Orla Marítima de Salvador, com foco nos pedestres e ciclistas, conectando o Parque Urbano da Orla ao Parque Pituaçu por uma passarela para esse público", explica o arquiteto Adriano Mascarenhas, fundador do escritório Sotero Arquitetos, responsável pelo projeto.

O parque linear, aponta o arquiteto, está criando um novo lugar de lazer, atividade física e gastronomia diversificada para a população. "A consolidação dessa estrutura virar em um segundo momento ainda este ano, com a conceção da área para uma gestão privada (Orla Brasil, empresa carioca) que deverá ter um olhar atento na operação dos novos comerciantes e nos antigos permissionários da região que desejem ficar, assim como cuidar da região e áreas verdes, por exemplo. Isso tudo sem interferir no ir e vir das pessoas", explica Adriano Mascarenhas, ressaltando que a gestão completa "a transformação radical do projeto urbanístico".

Além da nova gestão, o arquiteto destaca dois itens do projeto: os chuveiros para os banhistas e o guarda-volumes. "Eles já foram instalados outras vezes em Salvador, mas nunca funcionaram bem, sobretudo os armários, mas esperamos que a nova gestão consiga fazer dar certo. Queremos ampliar também as áreas de sombreamento, áreas de estar, pet places e a promoção de eventos culturais e esportivos. Fiquei muito satisfeito com o resultado do projeto e no que ele irá se tornar ao longo dos próximos anos", afirma Adriano Mascarenhas.

Patamares
Patamares | Foto: Olga Leiria | AG. A TARDE

"O sentimento que tenho morando em Patamares é o de pertencimento. Pertenço a esse ecossistema, é um local onde me enquadro e onde cada dia vejo um verde, um passarinho, um comportamento diferentes... E sinto a vida como ela deve ser vivida. Se pudesse, colocaria todos em um projeto similar e com essa qualidade de vida. Hoje, prestes a fazer 81 anos, acredito que não só a felicidade que sinto, mas a minha boa saúde está ligada ao fato de ter morado em Patamares metade da minha vida”, conta o engenheiro de eletrônica e segurança Ary Blasquez, que há 40 anos mora no bairro, na Colina A, e é ex-presidente da Associação dos Moradores da Colina A (Amcap).

Ary Blasquez, que também é mestre em administração, se apaixonou pela região assim que a conheceu e, claro, fez parte da criação do projeto da casa onde mora até hoje, "uma casa feita em patamares no bairro de Patamares", salienta ele, que é cercada de uma imensa área de Mata Atlântica. "Vivemos em harmonia com todo esse verde e digo sempre que não construí essa casa para mim, mas para estar aqui, ainda em boa convivência com seu entorno, daqui a mil anos. Por isso que vejo alguns aspectos da reurbanização como uma pequena ameaça, não para mim e sim para o futuro, caso o número de construções cresça demais”, explica.

Para a administradora e designer de interiores Fernanda Oliveira, que mora há 14 anos no bairro, o ideal é que a conclusão dessa reurbanização e tudo que vier a florescer depois, seja feito com equilíbrio. “É preciso manter as áreas verdes e a tranquilidade, mas modernizar a infraestrutura. Assim, o bairro se valoriza sem perder sua essência, pois é um lugar que une paz e praticidade. Porém, queremos mais infraestrutura e a segurança que uma boa iluminação, sinalização e câmeras de monitoramento podem proporcionar a mais. Essa reurbanização que está sendo feita é um caminho para isso”, explica.

Fernanda aponta que o bairro possui boas escolas e o comércio tem crescido bastante nos últimos anos, o que tornou Patamares aquele tipo de bairro que dá para fazer tudo a pé: ir à academia, tomar café em família, praticar corrida e até levar os filhos à escola. "Não precisamos enfrentar trânsito para fazer coisas do dia a dia, o que é um alívio", ressalta a administradora. E é essa praticidade do bairro, junto a sua extensa área verde - só o Parque Ecológico Vale Encantado Patamares possui uma área de mais de 1 milhão de m² de Mata Atlântica -, têm tornado o bairro cada vez mais atrativo para o setor imobiliário.

"E a reurbanização irá turbinar ainda mais esse interesse. A implantação dos equipamentos de lazer e atividade física, além dos quiosques, vai trazer mais pessoas e movimento para a região. Isso é algo que a Orla de Patamares estava precisando já faz um tempo. A realidade é que as inovações e reurbanizações ao longo de toda a Orla de Salvador mudou a visão que a população tinha da área, principalmente quanto à segurança. E isso, claro, tem ajudado muito na venda e aluguel de imóveis. Em Patamares, por exemplo, o m² tem chegado a variar entre R$8 mil e R$15 mil", explica o corretor de imóveis Adalberto Duque.

O bairro de Patamares, assim como outros bairros como Jaguaribe, Piatã e Stella Maris, aponta o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), tem experimentado um crescimento significativo no número de lançamentos imobiliários. “Ao analisarmos a série histórica, observamos que a participação desses lançamentos na região saltou de 13% em 2019 para 36,7% em 2023. Esse aumento é impulsionado por diversos fatores, sendo um dos principais o crescimento de infraestrutura e serviços aliados à escassez de espaço em áreas tradicionais”, explica.

Isso faz com que Salvador precise estudar todo seu território e expandir seu olhar para outras possíveis áreas residenciais, comerciais e de uso público, criando assim novos contornos urbanos. “Os novos empreendimentos que surgem e que ainda podem surgir no futuro em Patamares contribuem para o desenvolvimento sustentável e trazem benefícios para toda a região circundante, levando a valorização”, destaca Cláudio Cunha.

Boa parte do calçadão de Patamares está pronto
Boa parte do calçadão de Patamares está pronto | Foto: Olga Leiria | AG. A TARDE

Boa parte do calçadão e ciclovia do Parque Urbano da Orla já está pronto e a moradora da região, a administradora Milene Behrens já tem aproveitado ele muito bem em suas corridas matinais. "Eu corria e caminhava por aqui antes e a diferença é enorme. Sinto não só mais segurança, mas também mais liberdade e facilidade de fazer as atividades físicas, sabe? Meu único receio é quanto a gestão dos quiosques, pois eles estão ao lado do calçadão e tenho torcido para que quando essa parte gastronômica começar a funcionar existam medidas para limites de cadeiras e mesas, e a produção de lixo também, por exemplo", reflete.

Milene costuma convidar a amiga Ana Carla Dávila, professora de educação física da rede municipal de ensino, para se exercitar e a educadora destaca o quanto o novo formato do calçadão que segue sendo construído - mais largo e com uma divisão clara entre área de pedestres e de ciclistas - é o que logo chama atenção. “Torna mais fácil para a gente não só realizar as atividades físicas, mas também acessar a praia de forma mais fácil e tranquila. O que sinto ainda é falta de policiamento. Mas entenda, não é que não tenha, vemos muitos polícias durante nossas corridas, só gostaria que houvessem mais rondas”, explica a professora.

Para o administrador de empresas e mestre em gestão de riscos, Vinício Alberto da Fonseca, presidente da Amcap, a reurbanização da Orla é uma "intervenção positiva, apesar do excesso de cimento e pouca área permeável". Comércio, segurança, higiene, resíduos... Vinício Alberto ressalta a atenção extra que é preciso ter quanto a tudo isso na área dos quiosques. "Só assim não teremos uma ocupação desordenada. A requalificação será positiva desde que a ocupação do novo espaço seja feita de forma ordenada, evitando a informalidade", afirma.

Morador de Patamares há cinco anos, Vinício destaca que a presença de cimento e concreto é muito menor em Patamares se comparado a outros bairros. "É por isso que a gente diz que é o primeiro bairro ecológico planejado da cidade de Salvador e a gente quer manter assim, por isso precisamos ter cuidado com a pressão da urbanização. Outra coisa importante e necessária é haver um policiamento organizado e iluminação adequada, pois no trecho existem áreas de desovas de tartarugas marinhas em extensão, que a luz excessiva prejudica. A verdade é que esse projeto de reurbanização é bem vindo, mas deve se atentar para que o seu desenvolvimento e futuro seja sustentável. Isso é o que nós, moradores, queremos", afirma.

Restaurantes, lanchonetes, lojas diversificadas, pequenos shoppings, bares, escolas, faculdade e até parque aquático... Tudo isso você encontra em Patamares. "Se você mora aqui, só um trabalho e talvez a faculdade em outro bairro te mantém distante. Ou coisas mais específicas, como um cineminha, pois até circo temos perto, com o Picolino em Pituaçu, coladinho com Patamares e o próprio Beach Club, que são espaços que você não vê em todo lugar. É realmente um lugar muito agradável para morar, sabe? Tenho zero vontade de me mudar um dia", afirma a estudante de enfermagem Adriana Santos, moradora de Patamares.

A jovem destaca que a reurbanização vai melhorar ainda mais o lazer da região, assim como a vida noturna. "Minhas expectativas estão bem altas para os quiosques. Espero de verdade que tenha bares e restaurantes diferentes, com várias opções. Essa Orla vai ficar linda e bem movimentada", acredita Adriana. A reurbanização deve atrair ainda mais negócios para a região, que já vem sendo renovada. "Muitos prédios comerciais estão sendo colocados à venda ou para aluguel na região, e não deve demorar a serem comprados para que novos empreendimentos surjam", explica o corretor de imóveis Adalberto Duque.

O interesse imobiliário em Patamares, que já vinha crescendo nos últimos anos, deve aumentar ainda mais depois da reurbanização, atraindo uma diversidade de pontos comerciais. Um bem recente é o Pátio Patamares Open Mall, uma área comercial a céu aberto inaugurada em 2024 que reúne restaurantes, hamburgueria, açaiteria, pet shop, drogaria e outros estabelecimentos comerciais que ocupam uma área recuada (não interferindo na via pública) no número 148 na Rua Bicuíba na Colina A de Patamares.

Com estacionamento e uma área ampla e arborizada com mesas e cadeiras para os frequentadores, o Pátio Patamares é um exemplo da harmonia que o bairro cultiva entre o cimento da urbanização e o verde da natureza preservado. "É uma evolução enorme para os moradores. E não falo isso como empresária, mas sim para moradora. Espaços como o Pátio nos dão a oportunidade de ter um ambiente confortável, com uma diversidade de empreendimentos onde você pode vir com sua família passar a tarde, tomar um café ou açaí, por exemplo", explica a moradora de Patamares e empresária Márcia Figueredo D'Souza.

Em julho do ano passado, Márcia abriu uma franquia da chocolateria Kopenhagen no Pátio Patamares, ajudando a diversificar ainda mais o comércio do centro comercial e do bairro onde mora há mais de 10 anos. "E temos tido um bom retorno do público. Muitos jovens universitários vem aqui tomar algum dos cafés, assim como o público mais velho e muitas crianças, que ficam deslumbradas com os chocolates. É um público bem diversificado e que vêm à loja durante toda a semana, criando diferentes horários de pico", relata a empresária.

E o centro comercial a céu aberto já se tornou ponto de encontro. Visitando um amigo que mora em Patamares, o estudante de veterinária Anderson Santana, do Imbuí, combinou de encontrar o amigo no Pátio para almoçar. “Acho que faltam lugares assim no resto da cidade. Entendo todo o apelo dos grandes shoppings e tudo o mais, mas esses espaços menores são bem mais acolhedores e falam muito do bairro onde estão, né? Sem falar do clima familiar que eles têm. Acho muito interessante e atrativo”, afirma.

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