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A vitória de Trump e o mundo

Confira o artigo de André de Souza

Por Cláudio André de Souza*

10/11/2024 - 19:24 h
Imagem ilustrativa da imagem A vitória de Trump e o mundo
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A reeleição de Donald Trump, conquistada com 312 dos 538 delegados dos colégios eleitorais, reafirma um projeto ultraliberal e autoritário que desafia abertamente as instituições. Sob o lema “tornar a América grande novamente”, Trump reafirmou nesta campanha propostas polêmicas e antidemocráticas, como a proibição da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos. O controle da imigração e o fechamento de fronteiras sempre foram bandeiras de sua política, mas, nesta campanha, ele as radicalizou ainda mais, prometendo a maior deportação em massa da história americana, com milhões de estrangeiros na mira.

Além dessa “limpeza” imigratória, sua campanha focou diretamente na classe média e na classe trabalhadora, prometendo reduções de impostos para empresas (de 21% para 15%), baixas nos preços dos combustíveis e um programa habitacional baseado em terras federais. Trump também propôs tarifas de importação agressivas, especialmente para produtos chineses, que podem ser taxados em até 60%, numa tentativa de reduzir a dependência americana das importações chinesas, que somaram US$ 427 bilhões em 2023.

Essas promessas, embora muitas vezes exageradas ou de difícil aplicação, ajudaram a conquistar eleitores de estados-chave. Ao apresentar uma economia com toques de social-democracia – algo incomum para os republicanos –, Trump deixou os democratas na defensiva. Consequentemente, o Partido Democrata perdeu apoio de importantes setores sociais, incluindo segmentos do eleitorado negro e latino. Para o senador Bernie Sanders, os democratas falharam ao não oferecer um programa de governo voltado para os trabalhadores, observando que "60% dos americanos vivem de salário em salário, enquanto os ricos continuam a prosperar". Essa crítica expõe uma tática mal calculada dos democratas, que deixaram um vácuo político-econômico onde Trump soube se posicionar e conquistar eleitores que jamais os republicanos contaram nas últimas eleições presidenciais.

No campo da política externa, Trump e os republicanos devem adotar um discurso ainda mais agressivo. A China e o Brasil despontam como principais "inimigos retóricos", o que poderá reverberar tanto em cenários eleitorais quanto em políticas comerciais e diplomáticas. Embora seja incerto como o novo governo norte-americano abordará as relações com o Brasil e a América Latina, a vitória de Trump certamente energiza o bolsonarismo, oferecendo respaldo simbólico para o crescimento da direita no Brasil e ao redor do mundo.

A eleição municipal atestou o peso das forças da direita, o que indica uma desafios ao presidente Lula (PT) em torno da promoção de políticas públicas que podem gerar grandes impactos eleitorais até 2026. Indiretamente, Trump já afeta a política brasileira.

*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected]

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