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AGRONEGÓCIO

Cacauicultores baianos investem na fabricação de chocolates

Na período da Páscoa, especialmente, as marcas precisam correr para conseguir atender à demanda

Por Inara Almeida*

03/04/2023 - 5:15 h
Julia deu a ideia do empreendimento para os pais, Julianna e Lucas
Julia deu a ideia do empreendimento para os pais, Julianna e Lucas -

Queridinho dos brasileiros, o chocolate tem o seu lugar garantido na mesa das principais datas comemorativas. Na Páscoa, em especial, as marcas precisam correr para conseguir atender à demanda, já que as buscas pelos ovos e barras disparam. Enquanto o maior produtor nacional de cacau, a Bahia tem tido papel relevante no crescimento da produção de chocolates no país.

O modelo “tree to bar” (“da árvore para a barra”), aposta de muitos produtores baianos de cacau, consiste na participação do agricultor em todas as etapas de produção: plantação, colheita, fermentação e secagem que resultam nos grãos de chocolate. Então, o que era um trabalho 100% voltado ao campo, ultrapassa os limites da cancela e torna-se, também, uma fábrica.

A ideia de comercializar chocolates surge, principalmente, diante da necessidade ou desejo de fazer com que as fazendas de cacau deem mais dinheiro. Foi o caso de Rogério Kamei, proprietário de fazenda de cacau no sul da Bahia e da marca Mestiço Chocolates.

“Eu queria agregar mais valor. Hoje em dia, é difícil manter uma fazenda de cacau rentável, a produtividade caiu muito desde a década de 80. Então, decidimos montar uma fábrica de chocolates em 2015”, explica o empresário.

Com o cacau baiano e a fábrica em São Paulo, a Mestiço Chocolates foi pensada para atender, principalmente, o Sul do país, onde se encontra a maior parte do mercado consumidor. Na Bahia, a marca tem pontos de vendas em locais turísticos, como Ilhéus, Itacaré e Barra Grande.

Produto premiado

A Ju Arléo Chocolates, criada em 2020, na Fazenda Santa Rita, em Ilhéus, foi idealizada por Julia, a filha de 8 anos do casal Julianna Torres e Lucas Arléo. Ao observar os processos do cacau e perceber a transformação das sementes em chocolate pelas mãos de outras pessoas, a garota questionou a família: por que não criamos o nosso?

Desde que os pais da Ju resolveram comprar a sua ideia, o cacau da Fazenda Santa Rita passou a brilhar nos chocolates da Ju Arléo. Em 2021, a família ficou em terceiro lugar em um concurso de melhor chocolate da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e chegou a levar medalha de prata em Londres.

Assim como a Mestiço, a marca Ju Arléo tem o maior volume de vendas para fora do estado. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Recife são os principais destinos dos chocolates. Na Bahia, os doces podem ser encontrados em Ilhéus, Itacaré, Salvador, Itabuna e Porto Seguro.

Embora os mercados do Sul e Sudeste sejam muito atrativos para fabricantes de chocolate, há marcas que prevalecem na Bahia. A Natucoa, desenvolvida a partir da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), surgiu em 2019 e, segundo Carine Assunção, presidente da Cooperativa, destina 70% das vendas ao mercado baiano.

A marca segue a linha “bean to bar” (da semente à barra), ou seja, os chocolateiros não são os produtores do cacau, mas acompanham de perto a procedência da amêndoa que compram. De acordo com Carine, apesar do crescimento do números de marcas “bean to bar”, ainda é um mercado pequeno.

“O mercado ‘bean to bar’ ainda é pouco expressivo comparado às grandes marcas. A gente tem um valor muito maior agregado em nossos chocolates, porque tem muito mais cacau, então, precisa ter um valor maior comparado à grande indústria. A gente também precisa reeducar o paladar do consumidor”, afirma.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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