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O protecionismo verde exige força diplomática e comercial do Brasil

Confira a coluna A TARDE Agro desta segunda-feira, 19

Publicado segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 às 05:20 h | Atualizado em 19/02/2024, 07:30 | Autor: José Luiz Tejon
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Conversei com o criador do conceito de agronegócio na Universidade de Harvard nos anos 50, prof. Ray Goldberg, e pedi a ele qual o grande conselho que daria para o agro dos próximos 30 anos? E ele foi objetivo e claro: “precisamos unir o mundo numa grande luta contra as divisões e as polarizações. E nesse sentido o sistema alimentar é o único que tem dentro de si essa real possibilidade”.

E perguntei por que o sistema alimentar é o único que pode unir o mundo? E a resposta nos obriga a uma legítima imersão nos valores e fundamentos da cidadania humana na terra, muito além de velhas ideologias, ou lutas da egonomia, postas geralmente acima da razão da economia: “o alimento é o fator que reúne a todos os seres humanos na terra. E esse sistema agroalimentar envolve agora fortemente o conceito de saúde, principalmente após a pandemia da COVID-19. Reúne todas as ciências, consciência do clima, e eu chamaria isso tudo agora de um health system, um sistema de saúde e também de um food citizenship, uma cidadania do alimento”, respondeu Goldberg.

Para o G20, as maiores economias do mundo, a reunião de cúpula será no Rio de Janeiro, dias 18 e 19 de novembro, com 19 países membros mais a União Africana e a Europeia. A secretária do Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, declarou à coluna do Estadão os quatro objetivos de ações dentro do G20 no combate ao protecionismo verde, que amplia ainda mais a divisão do mundo, de uns contra os outros. Ela colocou quatro pontos vitais nessa pauta:

1. Comércio e desenvolvimento sustentável.

2. Mulheres no comércio.

3. Desenvolvimento sustentável em acordo dos investimentos.

4. Reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) por vivermos hoje incertezas, imprevisibilidade e tensões geopolíticas que afetam o comércio.

Aqui da França, entrevistando líderes do comércio do agronegócio, o que ouço é que a guerra Rússia-Ucrânia provocou uma grande desordem, e uma desordem nunca vem só, traz outras desordens, inclusive agora com agricultores europeus exigindo, em síntese, mais renda nos seus bolsos.

E tudo isso vai exigir uma nova liderança que siga os conselhos do sábio prof. de Harvard, Ray Goldberg. Ninguém irá resolver exclusivamente o seu problema criando para os outros mais problemas.

Um grupo de alunos fazendo um Master de Gestão do Agronegócio, na faculdade Audencia, de Nantes, fez uma pesquisa muito interessante. Foram verificar as menções em 30 segundos para quatro palavras no grande banco de dados Google.

1. Love, amor;

2. Food, alimento;

3. War, guerra

4. Agribusiness, agronegócio.

É surpreendente, amor é o dobro de guerra e alimento praticamente igual a amor, cerca de 16 bilhões de registros. Agora agribusiness, muito baixo apenas. Ou seja, amor e alimento, love and food, o casamento indissolúvel da humanidade e dos novos líderes que conduzirão o novo agro ao futuro.

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