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ATARDE AGRO

Responsabilidade ambiental é chave para o desenvolvimento

Agronegócio baiano ganha prestígio e solidez ao focar no cuidado dos recursos naturais

Por Miriam Hermes

17/10/2023 - 5:00 h
Projeto de Recuperação de Nascentes já alcançou 98 nascedouros e contemplou 14 municípios da região Oeste
Projeto de Recuperação de Nascentes já alcançou 98 nascedouros e contemplou 14 municípios da região Oeste -

A sustentabilidade é palavra de ordem mundial com espaço crescente em todas as atividades humanas. Na agropecuária, a responsabilidade com o meio ambiente recai sobre os cuidados com os recursos naturais, com adoção de boas práticas que visam preservar os solos, as águas, a fauna, a flora e a própria população.

Ações como restauração de áreas degradadas, manejo adequado do solo, criação e manutenção de corredores ecológicos e uso de tecnologias que aumentem a produtividade das áreas já abertas fazem parte deste cardápio de possibilidades focando a sustentabilidade ambiental.

Neste cenário, a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) mantém programas envolvendo Plantio Direto, uso eficiente da água e cuidados com as reservas legais e Áreas de Proteção Permanente (APPs). As informações são do gerente de Sustentabilidade da Aiba, Eneas Porto.

“Além dessas ações, são realizados projetos ambientais como transferência de tecnologia para pequenas propriedades e combate aos incêndios florestais”, afirmou, ressaltando que, em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o Projeto de Recuperação de Nascentes já alcançou 98 nascedouros.

Já foram contemplados 14 municípios da região Oeste da Bahia. “Em parceria com as gestões locais, foram realizadas diversas ações de identificação, diagnóstico e intervenção para a conservação e/ou recuperação da vegetação no entorno de nascentes, veredas e margens dos cursos d’água”, enfatizou Eneas Porto.

De acordo com o gerente de Sustentabilidade da Aiba, o projeto promove ainda educação ambiental, capacitação e mobilização para moradores que estão em comunidades próximas das nascentes, totalizando mais de mil pessoas impactadas pela iniciativa.

Barreiras é um dos municípios que participam do projeto desde 2017. Conforme o coordenador de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Ronaldo Ursolino, a iniciativa tem grande relevância para a região, principalmente para os moradores que dependem destes mananciais.

O projeto de identificação e recuperação de nascentes em Barreiras já ganhou reconhecimento nacional, com o Prêmio ANA 2020, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A honraria foi destinada às entidades realizadoras e à gestão ambiental do município, que tem 23 nascentes revigoradas pelo projeto.

Patrulha Mecanizada

O desbravamento do Cerrado baiano para a agricultura em larga escala ganhou grande impulso na década de 1980. Naquela época, as estradas foram abertas, em sua maioria, sem planejamento técnico pelos próprios produtores e empreendedores imobiliários.

Involuntariamente muitos destes caminhos foram transformados em corredores de águas pluviais, provocando o assoreamento de nascentes e rios. Outro reflexo direto disso é a erosão com formação de grandes valas e poças nas rodovias, tornando muitos trajetos impraticáveis, principalmente nos períodos chuvosos.

Pela necessidade absoluta do trânsito de caminhões e carretas durante todo o processo produtivo, em 2013 foi criado do Projeto de Conservação dos Recursos Naturais e Escoamento da Produção, mais conhecido como Patrulha Mecanizada.

Com base no conceito de sustentabilidade ambiental, social e econômico, tem financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (Iba). É executado pela Abapa em parceria com a Aiba, o Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro), o Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) e as prefeituras da região.

Até o final de 2022, trabalhou no patrolamento, cascalhamento e terraplanagem de mais de seis mil quilômetros em mais de 50 estradas vicinais do Oeste da Bahia. De 2018 para cá, o projeto já asfaltou 230 quilômetros de rodovias que levam às propriedades e comunidades rurais.

Além dos benefícios econômicos, a iniciativa tem grande relevância ambiental por englobar obras nas estradas e seu entorno para que as águas das chuvas infiltrem no solo. A redução dos processos erosivos conserva as rodovias e proporciona mais segurança e qualidade de vida para moradores e usuários destes trajetos.

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