AUTOS
1.000 quilômetros a bordo do Etios 2019
Por Marco Antônio Jr. | A TARDE SP

Uma antiga propaganda do velho fusca dizia que ele mudava pouco mas se aperfeiçoava sempre. Anos depois podemos aplicar esta máxima ao compacto Etios, que em 2017 emplacou 73.381 unidades, um sucesso para um carro com design discutível mas com um pacote de equipamentos e segurança acima do segmento.
Fizemos questão de testar, na essência, o Toyota Etios 1.3 X com câmbio manual, a mais em conta da gama (a versão X-STD é destinada apenas a frotistas) por R$ 48.400.
Com pacote que inclui ar condicionado, direção elétrica, vidros e travas elétricas, a versão X abre mão do rádio, volante multifuncional e traz inovações em segurança que o comprador não encontra em sua faixa de preço. Outra boa surpresa de série é o câmbio manual de seis velocidades.

Além dos airbags e freios ABS obrigatórios, o Etios X traz controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, cintos de três pontos para todos os ocupantes, sistema Isofix e apoios de cabeça no banco traseiro. Soma-se a isso o fato dele ter obtido quatro estrelas no teste de colisão organizado pelo Latin NCAP.
Economia e segurança
O teste de mil quilômetros com o Etios reuniu as condições cotidianas com uma viagem longa de 400 quilômetros feita em um só dia onde o carro provou suas qualidades com espaço interno generoso e economia. Rodando entre 100 e 110Km/h por estradas, a média de consumo com etanol chegou a 9,9Km por litro. Nas situações de retomada, o câmbio manual de curso longo embora preciso, cumpriu seu papel para aproveitar os 98cv do motor VVT que funciona de forma silenciosa.
Diferente de outros carros de entrada, a ergonomia do Etios impressiona mesmo com alguma limitação de acesso aos bancos traseiros. O discutível painel de elementos digitais centrais apoiado sobre um console mais baixo, sem tentar ser SUV, também contribui para que a sensação de espaço seja maior somado ao bom entre-eixos de 2,460m. É certo que o acabamento é plástico ao extremo, mas neste segmento, quem não traz essa característica?
Mesmo sem testá-lo em situações fora de estrada, qualquer correção necessária em subidas e descidas, é feita pelo controle de tração e estabilidade, especialmente nas curvas. E esta é outra vantagem do Toyota que a maioria dos concorrentes nesta faixa de preço não tem, notadamente o Renault Sandero, Chevrolet Onix, Ford Ka e Volkswagen Gol. O Fiat Argo que tem preço equivalente ao Etios na versão 1.0, não traz controles de tração e estabilidade de série, disponíveis só a partir do modelo com motor 1.3 e câmbio GSR, que custa R$ 58 mil.

Ressalvas
Apesar de ser originário de um projeto de baixo custo, no Brasil o Etios nunca foi um legítimo representante desse perfil de veículo. Ainda assim, tem falhas no acabamento como a tampa do porta luvas levemente desalinhada, a falta de isolamento acústico nos para-lamas mostrando o som da rolagem dos pneus durante as viagens em rodovia e da simplicidade nos materiais presente na subida dos vidros que faz barulho ao encostar no batente e no limpador do para-brisa que poderia ter um material mais refinado. Para acomodar bagagem, o médio porta-malas de 270 litros serve a um casal, mas é insuficiente para levar as malas de uma família inteira. Por ser fundo, o obstáculo não permite acomodar malas grandes de 32kg por exemplo.

É feito para quem?
O Toyota Etios mesmo desprovido de beleza é uma boa compra para quem quer um carro valente com baixa manutenção. Seu motor 1.3 flex VVTi tem desempenho superior a qualquer veículo que o consumidor procure nesta faixa de preço. A sexta marcha, inexplorada por quem está acostumado a um câmbio mais comum, ajuda a reduzir não só o giro do motor mas também o consumo. Mais econômico que ele só um Renault Kwid ou Volkswagen Up! que vão ficar devendo (e muito) espaço interno.

Soma-se a isso os itens de segurança não disponíveis em carros do seu segmento especialmente no caso do controle de estabilidade e tração, que qualquer veículo nacional deveria ter.
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